terça-feira, 17 de abril de 2018



                                             QUESTÕES NAS ENTRELINHAS
                            
                                 

Na sala de professores, ou mesmo em reuniões pedagógicas é muito natural escutarmos desabafos e descontentamentos de professores em relação aos alunos. Neste ambiente há a possibilidade de relatar, analisar e inclusive avaliar o processo da criança, visto que esta, passa por diversos educadores,  e todos fazem questão de dar seu parecer.
Para nós professores essa cena é tão comum quanto o cafezinho no momento do recreio, porém , são nestas circunstâncias que também podemos avaliar o modo como nosso colega está conduzindo o trabalho dos alunos,  como um todo e individualmente , tendo que lidar com as peculiaridades  de cada um e do conjunto.
 A conversa informal, muitas vezes, descompromissadas entre eles,  mostra apenas que cada profissional responde por si, sem analisar questões pedagógicas necessárias ao desenvolvimento cognitivo , social e emocional do aluno.  Percebo aqui, cada um por si, cumprindo sua jornada sem pensar e refletir os alunos como seres em processo de formação para a sociedade que se apresenta.
Neste contexto, é muito comum ver o aluno  como  tábula rasa, sem nada a acrescentar e sem nada saber. Omitir-se de suas obrigações profissionais, coloca o educador em um patamar confortável , pois delega ao seu aluno  responsabilidades que são suas, ou que no mínimo deveriam ser partilhadas entre os atores do cenário escolar.
A gestão por sua vez, não enxerga o caos instalado, preocupando-se apenas com questões administrativas, disciplinares e burocráticas. Não percebem que muito  do fracasso escolar e funcional está em decisões mal tomadas ou então, não tomadas.
 Para iniciar uma modificação desta realidade  é preciso rever todos os fundamentos que regem essa escola. Repensar a instituição como um lugar democrático que permite aos seus discentes e docentes comungar a mesma fala. Conforme Luckesi (1994):
 “a pedagogia libertária espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário. Uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em especial na democracia participativa, ando direitos de participação iguais para estudantes, professores e funcionários. Esses ambientes de ensino colocam os alunos como autores centrais do processo educacional, ao engajar estudantes em cada aspecto das operações da escola, incluindo aprendizagem, ensino e liderança.  Os adultos  participam do processo educacional facilitando as atividades de acordo com os interesses dos estudantes.
Em uma escola democrática o aluno aprende a ter iniciativa sobre suas ações, facilitando assim seu processo de ensino aprendizagem. A partir desta autonomia, se torna mais fácil seguir regras para o bom andamento do todo, tendo também a capacidade de conscientizar-se de seus direitos e deveres para a sociedade entro e fora da escola, formando-se cidadão.
Aqui, segundo Luckesi: “ a avaliação é inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo à frente”, respeitando seus limites e potenciais.


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