QUESTÕES NAS ENTRELINHAS
Na sala de professores, ou mesmo em reuniões
pedagógicas é muito natural escutarmos desabafos e descontentamentos de
professores em relação aos alunos. Neste ambiente há a possibilidade de
relatar, analisar e inclusive avaliar o processo da criança, visto que esta, passa
por diversos educadores, e todos fazem
questão de dar seu parecer.
Para nós professores essa cena é tão comum
quanto o cafezinho no momento do recreio, porém , são nestas circunstâncias que
também podemos avaliar o modo como nosso colega está conduzindo o trabalho dos
alunos, como um todo e individualmente ,
tendo que lidar com as peculiaridades de
cada um e do conjunto.
A
conversa informal, muitas vezes, descompromissadas entre eles, mostra apenas que cada profissional responde
por si, sem analisar questões pedagógicas necessárias ao desenvolvimento
cognitivo , social e emocional do aluno. Percebo aqui, cada um por si, cumprindo sua
jornada sem pensar e refletir os alunos como seres em processo de formação para
a sociedade que se apresenta.
Neste contexto, é muito comum ver o aluno como tábula rasa, sem nada a acrescentar e sem nada
saber. Omitir-se de suas obrigações profissionais, coloca o educador em um
patamar confortável , pois delega ao seu aluno responsabilidades que são suas, ou que no
mínimo deveriam ser partilhadas entre os atores do cenário escolar.
A gestão por sua vez, não enxerga o caos
instalado, preocupando-se apenas com questões administrativas, disciplinares e
burocráticas. Não percebem que muito do
fracasso escolar e funcional está em decisões mal tomadas ou então, não
tomadas.
Para
iniciar uma modificação desta realidade é preciso rever todos os fundamentos que regem
essa escola. Repensar a instituição como um lugar democrático que permite aos
seus discentes e docentes comungar a mesma fala. Conforme Luckesi (1994):
“a pedagogia libertária espera que a escola
exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e
autogestionário. Uma escola democrática é uma escola que se baseia em
princípios democráticos, em especial na democracia participativa, ando direitos
de participação iguais para estudantes, professores e funcionários. Esses
ambientes de ensino colocam os alunos como autores centrais do processo
educacional, ao engajar estudantes em cada aspecto das operações da escola,
incluindo aprendizagem, ensino e liderança.
Os adultos participam do processo
educacional facilitando as atividades de acordo com os interesses dos
estudantes.
Em uma escola democrática o aluno aprende a
ter iniciativa sobre suas ações, facilitando assim seu processo de ensino
aprendizagem. A partir desta autonomia, se torna mais fácil seguir regras para
o bom andamento do todo, tendo também a capacidade de conscientizar-se de seus
direitos e deveres para a sociedade entro e fora da escola, formando-se
cidadão.
Aqui, segundo Luckesi: “ a avaliação é
inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo à frente”,
respeitando seus limites e potenciais.
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