quarta-feira, 25 de abril de 2018



  CONHECIMENTO E LINGUAGEM POR PIAGET E VIGOTSKY

                      
Piaget e Lev Vigotsky analisam de forma diferenciada o processo  de construção do conhecimento e da linguagem. Enquanto Piaget defende um determinismo biológico para a aquisição de estruturas necessárias ao ser humano em relação à sua linguagem e conhecimento, Vigotsky insiste que a interação social é fator crucial para o desenvolvimento de tais habilidades.
Acredito que ambas as teorias estão corretas,  tanto em suas visões individualistas quanto no momento em que se complementam, mostrando que de forma conjunta, são essenciais ao processo de tais habilidades.
As pesquisas de Piaget (1923, 1924) mostram que os fatores sociais e culturais são aqueles que promovem o desenvolvimento do pensamento. O progresso é atribuído à ação do meio social e da linguagem. Assim como Vigotsky destaca a coincidência de sua hipótese com a hipótese explicativa de Piaget quando diz que o desenvolvimento da lógica na criança é uma função direta de sua fala socializada.
“Basicamente, o desenvolvimento da fala interior depende de fatores externos: o desenvolvimento da lógica na criança, como os estudos de Piaget demonstram, é uma função direta de sua fala socializada. O crescimento intelectual da criança depende de seu domínio dos meios sociais do pensamento, isto é, da linguagem (Vygotsky, 1991 p.44).”
Esse processo não possui apenas uma via que lhe dê sentido e significado,  pois ele possibilita, reciprocamente, o desenvolvimento da competência lingüística. Pode-se afirmar que:
 a evolução interna não se opõe à evolução das próprias interações sociais. As relações interindividuais partem de relações centradas nas ações particulares para coordenações descentradas, dos pontos de vista de relações unilaterais de coação intelectual e de coação moral para relações de reciprocidade e de cooperação propriamente dita. A evolução da ação do indivíduo depende da evolução das relações nas quais este se encontra inserido, e isso reciprocamente”.
Sendo assim, embora divirjam em alguns aspectos, ambos estudiosos, concordam que a conduta humana é social desde o nascimento e que a pressão social cumpre uma influência decisiva no desenvolvimento e na socialização do pensamento humano.
Cada circunstância agrega seu valor singular ao todo e assim se dá o processo de conhecimento e linguagem.

                                 REFERÊNCIA:
PENSAMENTO E LINGUAGEM: PERCURSO PIAGETIANO DE INVESTIGAÇÃO Adrián Oscar Dongo Montoya


terça-feira, 17 de abril de 2018



                                             QUESTÕES NAS ENTRELINHAS
                            
                                 

Na sala de professores, ou mesmo em reuniões pedagógicas é muito natural escutarmos desabafos e descontentamentos de professores em relação aos alunos. Neste ambiente há a possibilidade de relatar, analisar e inclusive avaliar o processo da criança, visto que esta, passa por diversos educadores,  e todos fazem questão de dar seu parecer.
Para nós professores essa cena é tão comum quanto o cafezinho no momento do recreio, porém , são nestas circunstâncias que também podemos avaliar o modo como nosso colega está conduzindo o trabalho dos alunos,  como um todo e individualmente , tendo que lidar com as peculiaridades  de cada um e do conjunto.
 A conversa informal, muitas vezes, descompromissadas entre eles,  mostra apenas que cada profissional responde por si, sem analisar questões pedagógicas necessárias ao desenvolvimento cognitivo , social e emocional do aluno.  Percebo aqui, cada um por si, cumprindo sua jornada sem pensar e refletir os alunos como seres em processo de formação para a sociedade que se apresenta.
Neste contexto, é muito comum ver o aluno  como  tábula rasa, sem nada a acrescentar e sem nada saber. Omitir-se de suas obrigações profissionais, coloca o educador em um patamar confortável , pois delega ao seu aluno  responsabilidades que são suas, ou que no mínimo deveriam ser partilhadas entre os atores do cenário escolar.
A gestão por sua vez, não enxerga o caos instalado, preocupando-se apenas com questões administrativas, disciplinares e burocráticas. Não percebem que muito  do fracasso escolar e funcional está em decisões mal tomadas ou então, não tomadas.
 Para iniciar uma modificação desta realidade  é preciso rever todos os fundamentos que regem essa escola. Repensar a instituição como um lugar democrático que permite aos seus discentes e docentes comungar a mesma fala. Conforme Luckesi (1994):
 “a pedagogia libertária espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário. Uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em especial na democracia participativa, ando direitos de participação iguais para estudantes, professores e funcionários. Esses ambientes de ensino colocam os alunos como autores centrais do processo educacional, ao engajar estudantes em cada aspecto das operações da escola, incluindo aprendizagem, ensino e liderança.  Os adultos  participam do processo educacional facilitando as atividades de acordo com os interesses dos estudantes.
Em uma escola democrática o aluno aprende a ter iniciativa sobre suas ações, facilitando assim seu processo de ensino aprendizagem. A partir desta autonomia, se torna mais fácil seguir regras para o bom andamento do todo, tendo também a capacidade de conscientizar-se de seus direitos e deveres para a sociedade entro e fora da escola, formando-se cidadão.
Aqui, segundo Luckesi: “ a avaliação é inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo à frente”, respeitando seus limites e potenciais.


terça-feira, 10 de abril de 2018



           
                                COMÊNIO AINDA ESTÁ ENTRE NÓS

                                       

Por ser um visionário, penso que Comênio usava sua didática de modo a esclarecer e explanar questões de seus alunos, porém fortemente interligado às questões religiosas. Pela data em questão é impossível escapar de um modo tradicional de ensinar, no entanto, não vejo tantos erros no ensino passado,  pois foi através dele que chegamos até aqui. Acredito que a prática nas disciplinas relacionadas à arte e ciências era uma constante, tanto que muitos pensadores e grandes artistas surgiram desta época.
Vejo em Comênio um homem à frente de sua época, tanto que ao ler sua obra, pude remeter-me à minha sala de aula, vários séculos depois.   
Suas intenções pedagógicas  eram muito futuristas, tanto que algumas, permanecem atuais até a data de hoje.  Destaco abaixo alguns de seus preceitos, que ainda  permeiam a busca de uma escola ideal, igualitária e pluralizada:
VI.  O homem tem necessidade de ser formado para que se torne homem.

VII.  A formação do homem faz-se com muita facilidade na primeira idade, e chego a dizer que não pode fazer-se senão nessa idade.

VIII.  É necessário, ao mesmo tempo, formar a juventude e abrir escolas.

X. Nas escolas, a formação deve ser universal.

XI.  Até agora, não tem havido escolas que correspondam perfeitamente ao seu fim.

XII.  As escolas podem ser reformadas.

XIII.  O fundamento das reformas escolares é a ordem em tudo.

XIV.  A ordem perfeita da escola deve ir buscar-se à natureza.
XVI.  Requisitos para ensinar e para aprender, isto é, como se deve ensinar e aprender para que seja impossível não obter bons resultados.
XXVIII.  Plano da escola materna.

XXIX.  Plano da escola de língua nacional.

XXX.  Plano da escola latina.

XXXI.  Da Academia, das viagens e da associação didática
Tais premissas ainda regem aquilo que buscamos como escola ideal. A formação pedagógica e humanizada do indivíduo ainda em tenra idade para que cresça norteado por valores essenciais à vida comunitária.
Mais do que atual é a busca por escolas onde a inclusão e o diferente sejam vistos como o normal de uma realidade social, respeitada em suas limitações e capacidades. Mesmo àqueles que necessitem estudar fora da idade e do tempo regular. Uma instituição onde as redes funcionem de modo a atender sua clientela, primando pelo zelo às famílias e ao social. Um professor valorizado em todos os seus aspectos, afinal, professor motivado é o que alavanca uma turma e o  diferencial para iniciar a modificação de  uma sociedade sedenta de reconstruções.Isto tudo deve ser trabalhado e analisado  desde a primeira infância , seguindo até o ensino universitário.
Por tanto, Comênio ainda existe na intenção de muitos educadores que buscam diariamente fazer a diferença na vida e na rotina de seus alunos. Tal legado, permanece vivo e atual, porém em uma época em que a educação está cada vez mais desvalorizada pelo sistema.


quinta-feira, 5 de abril de 2018



                                                           
                                                         LINGUAGEM
                                                             

                                                      MAPA CONCEITUAL


Refletindo sobre as teorias de Vygotsky em relação à linguagem humana, concordo plenamente quando diz que este ato é algo que segue segmentos do processo pessoal e social .
Uma vez que o sujeito nasça dotado de todos mecanismos biológicos para essa ação, é muito natural que ao interagir  com seus pares desenvolva a comunicação verbal.
Isoladamente cada teoria contribui com argumentos essenciais ao estudo da linguagem , no entanto o complemento dessas teorias apenas reafirma que o biológico junto ao social é o grande responsável pela verbalização humana.

terça-feira, 3 de abril de 2018



                                                         
TECNOLOGIA?????



Vivemos a era digital e esta,  deveria ser realidade em nossas escolas. Facilitaria o aprendizado dos alunos, criaria novas maneiras de ver,  pensar, aprender e compreender o mundo que nos cerca.
Como seria bom se tivéssemos um  laboratório equipado para pesquisas , de modo , que nos permitisse  interagir com outras realidades , outras comunidades...  Uma doce ilusão, seria internet direta na sala de aula, onde alunos e professores tivessem livre acesso à jogos, entretenimentos e descobertas únicas. As aulas seriam dinâmicas, divertidas e direcionada ao público estudantil atual.
No entanto, o que temos são escolas sucateadas, laboratórios estragados e  a maior tecnologia  de que dispomos é o quadro e a caneta, recarregada com o próprio salário do professor. Dura e triste realidade!!! Esta faz do educador um fantoche nas mãos do governo que além de não lhe oferecer uma estrutura trabalhista, ainda lhe cobra resultados que fogem à sua competência.
Nossas escolas carecem de estrutura humana e humanizada. Precisamos dos profissionais da saúde diretamente interligados ao meio escolar. Em contrapartida teríamos resultados opostos ao que temos no momento.
Porém, ser professor é como brincar de super herói. Ao chegar na escola usa sua melhor armadura, se reveste de seus super poderes e por momentos, acredita ser o salvador do mundo ou daqueles seres humanos que ali estão sob sua responsabilidade. 
Como que por milagre adquire novas capacidades transformando-se em um mega profissional com um leque de habilidades que vão desde a área das humanas, passando pelas exatas e chegando à área da saúde, principalmente sendo um ótimo terapeuta, psicólogo e psiquiatra.
Ser professor é para os corajosos que conseguem se despir de seus problemas e doar-se ao outro sabendo que nem seu salário irá receber ao final de um mês de trabalho. E adivinha de quem é a culpa dos baixos níveis de escolarização? Daquele mesmo professor que esquece de si e dos seus para investir em seu semelhante.
Somente um super humano é capaz de tal proeza! Somente um abnegado é capaz de aceitar tal realidade em prol de um futuro incerto e duvidoso.
No momento, vivemos incertezas que desestruturam qualquer profissional. No momento vivemos a tal era da globalização. Mas que globalização? A que conecta tudo e todos? Ou aquela que globaliza e centraliza, no professor, a responsabilidade de carregar o futuro em suas costas???

domingo, 1 de abril de 2018



UMA OPORTUNIDADE CHAMADA EJA



Sou professora há 26 anos e nunca trabalhei com uma turma de EJA. Agora, já na universidade estou tendo a oportunidade de conhecer um pouco desta modalidade de ensino que visa reparar danos causados pela  inacessibilidade à escola por parte de vários cidadãos brasileiros que, fora os aspectos de desestrutura familiar, econômica e social, tiveram outros motivos que não lhes permitiram estudar em tempo regular.
Vejo na EJA uma chance para recuperar uma parte dos conhecimentos acadêmicos essenciais à formação de todo estudante. Apenas ler não basta e ser letrado perante o mundo é o mínimo que necessitamos para conviver em sociedade. Porém, para conseguirmos melhores colocações em todos âmbitos de nossa vida, precisamos ter a conexão destes dois elementos: alfabetização e letramento. Sendo assim, essa modalidade tem por objetivo oportunizar chances igualitárias à todos aqueles que reconhecem nos estudos a melhor e única escada para alavancar seus sonhos.
Fora isso, o espaço democrático e diversificado da escola ainda possibilita fomentar um cidadão mais politizado e atuante dentro de sua comunidade, sendo este capaz de modificar sua própria realidade.