terça-feira, 5 de dezembro de 2017



                                                           ALTAS HABILIDADES

Na sala de aula, cada aluno é singular em suas especificidades e todos possuem potencial para aprendizagem; o que difere aqui é o tipo de potencial que esta criança desenvolve, pois muitas vezes são habilidades que fogem do convencional, fazendo com que seu professor precise buscar por estratégias e recursos que contemplem seu modo de aprender.
Tenho em minha turma uma menina que me ensinou a trabalhar com ela. Foi através de seu trabalho que aprendi qual metodologia usar e como deveria olhar e compreender o seu talento. Ela não é alfabetizada, mas através de seu desenho interage com o grupo e participa com suas opiniões nos debates de sala de aula. “Qualquer sistema de ensino, de modo geral, tende a ser focalizado na média, e a identificação e o encaminhamento das necessidades educativas especiais clamam pela flexibilização de alternativas, sob risco de sufocar os potenciais”. Sendo assim, tudo que é voltado à ela precisa ser flexível ao seu jeito de ser e interpretar. Não aceita intervenções em seus trabalhos bem como  opiniões que divirjam daquilo que é sua verdade.
Vejo nesta menina uma artista com potencial fora do comum, porém sua família não reconhece essa habilidade como algo que possa fazer a diferença em sua vida. Cobram de mim e da escola, resultados que não chegarão tão cedo e invalidam aquilo que conseguimos com ela. Esse vínculo quebrado entre escola e família é o que dificulta seu pleno desenvolvimento intelectual, pois a criança com altas habilidades necessita desta rede de apoio em sua volta, para que consiga ter o suporte necessário à sua aprendizagem.
Não posso deixar de relatar aqui o modo como fiquei impactada com o vídeo “Minha Linguagem”. Admito que tive olhos preconceituosos com aquela menina, pois jamais poderia imaginar o potencial que ela possui.
Assim é, com muitos de nossos alunos. Na maioria das vezes são rotulados pelo estigma de quem os vê, mas que desconhecem o seu verdadeiro eu.

sábado, 2 de dezembro de 2017





                                          CENSO 

Leciono na E.E.E.F. Souza Lobo com uma turma de  3º ano, composta por 19 alunos, sendo 9 meninas e 10 meninos. Dentre estes, tenho dois alunos com necessidades especiais. Todos são de Porto Alegre e região metropolitana, exceto duas crianças vieram de outras cidades
Fazer o censo de minha turma foi como vê-los no espelho, pois analisei dados que se mostram  em minha rotina, mas que até o momento eu não havia refletido em como tais estatísticas, revelam o perfil dessas crianças.
Por exemplo: minha turma tem por característica ser muito infreqüente às aulas. Por consequência,  os alunos com menor índice de aprendizado são aqueles que possuem menos de 80% de assiduidade. Outro dado que me deixou chocada foi o fato de meus alunos negros/pardos serem os mais carentes em aspectos econômicos e emocionais, acompanhados  do baixo rendimento escolar.  Constato aqui que vivemos em um país onde os negros vivem  à margem de seus direitos como cidadãos, pois se de fato esses direitos lhes fossem garantidos,  estes números não seriam dados do meu levantamento.
Os alunos com necessidades especiais, configuram os mais velhos do grupo. Ambos estão repetindo o 3ºano , fazem acompanhamento com  profissionais  especializados e frequentam e a sala de recursos. O que mais me chama a atenção é que eles não possuem o devido “olhar” familiar de que necessitam; não me refiro à negligência, mas sim uma desestruturação que não permite à tais contextos privilegiar à essas crianças a estrutura de que precisam para se desenvolver integralmente.
 Em uma perspectiva mais ampla, considero muito válido a realização deste censo,pois sua finalidade permite conhecer a clientela escolar assim  como suas necessidades. Dentro desta homogeneidade se destacam heterogenias singulares que diversificam a interação entre as crianças, propiciando assim a troca de culturas e valores essenciais à formação de cada um.

domingo, 26 de novembro de 2017


                                                            DIGNIDADE

 

Sou professora contratada na Escola Pública Estadual há 9 anos. Desde o início percebi um preconceito em relação à este tipo de regime  trabalhista.
É como se todos os dias tu precisasse comprovar aos demais colegas de que és uma profissional capaz e merecedora de estar dentro desta Instituição Educacional.
Por vezes, ouvi  comentários desagradáveis, os qual me colocavam em uma situação constrangedora e ao mesmo tempo de total impotência, já que não tenho como evitar tais desconfortos; a não ser com meu trabalho, o qual sei que  realizo com profissionalismo , dedicação e empenho.
Durante o processo de entrevistas e pesquisas percebi que muitos educadores falam abertamente sobre o porquê serem contra aos contratos. Vêem essa situação como um modo de sucatear ainda mais a educação pública  sou defensor de concurso público, pois penso que contratos são mais uma forma de precarizar a profissão de professor...” “e complementando, já fui contratado e num belo  dia fiquei desempregado...” tal situação, citada é uma realidade que há longa data faz com que profissionais sintam-se envergonhados de sua condição trabalhista, prejudicando sua auto estima e minando seu potencial psicológico.
Para o governo é conveniente essa mão de obra barata, já que todo educador contratado é isento dos benefícios estabelecidos no Plano de Carreira do Magistério Os professores contratados não são incluídos no Plano de Carreira do Magistério Público Estadual que prevê garantias como a estabilidade, férias, redução de carga horária, licenças, quinquênios, etc..” tal condição obriga o professor a ter uma segunda fonte de renda ,afetando assim, sua capacitação profissional .
Com base no trabalho de pesquisa realizado por mim, concluo que o professor  contratado está à margem da dignidade que todo profissional merece ter, pois o único reconhecimento que às vezes, recebe e após muito mostrar seu trabalho é o reconhecimento da comunidade escolar. Este reconhecimento não pode ser desmerecido, muito pelo contrário, na maioria das vezes é o único estímulo que o professor recebe, no entanto, como profissional, fica sempre a beira dos demais, não podendo participar
de cargos da direção escolar, nem de decisões importantes no mesmo âmbito.
Essa situação está longe de ser normalizada. Acredito que com novas leis e um outro olhar para a educação como o único método de transformar a sociedade teremos o professor respeitado em seus direitos; aqui refiro-me à professores como classe, independentemente de nomeados ou contratados, pois na verdade nos dias atuais, ser professor público é viver de esperança... esperança em dias melhores para nossas crianças.





sábado, 18 de novembro de 2017


                           RELAÇÕES SAUDÁVEIS

Morin nos apresenta um texto complexo em seu livro Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, mesmo assim ficou  claro que sem afetividade não há aprendizado .  Este atributo é essencial no relacionamento professor/aluno para que se dê a aquisição da proposta escolar, bem como nos relacionamentos interpessoais dentro deste âmbito. O que propulsiona o aprendizado são as   boas relações facilitando assim o encontro entre a dúvida e a resposta.
 Quando não há empatia entre os atores deste contexto, criamos ilusões que nos colocam na posição de meros profissionais, esquecendo o nosso lado humano; em contrapartida, penso que quando acontece um relacionamento estreito demais entre professor e aluno, pode-se deixar a razão de lado, agindo apenas com a emoção, ocasionando assim um fator negativo.
Há uma passagem no texto de Morim que diz que “os homens elaboram falsas concepções de si próprios, do que fazem, do que devem fazer, do mundo onde vivem” essa ilusão permeia o seu ser, camuflando assim , muito do seu eu, transparecendo apenas o que é conveniente ao contexto e ao momento.
Como educadores temos o dever de sermos éticos, trazendo à tona sempre o nosso lado mais racional, para assim sermos justos em nossas decisões e posições. Não podemos fazer de nossos valores uma verdade absoluta, pois é isso que percebo causar muitos problemas dentro da escola. Muitos educadores, por se julgarem donos do saber, não percebem que há outras verdades. A verdade do aluno muitas vezes choca e escandaliza e é dentro desta diversidade cultural que devemos nortear nosso trabalho, expandindo conhecimento e mostrando que não existe uma única verdade e sim, verdades distintas entre os pares de um contexto.

domingo, 12 de novembro de 2017


À SOMBRA DESTA MANGUEIRA


O texto de Paulo Freire “ A sombra desta Mangueira” remeteu-me à minha prática, onde todos os dias acompanho a aprendizagem de meus alunos. “No cerco epistemológico, não pretendo isolar o objeto para apreendê-lo em si; nessa relação procuro compreender o objeto interior de suas relações com o outro”.Ou seja, ao professor cabe a necessidade de observar e compreender como o seu aluno aprende, para assim, melhor intervir e mediar suas dificuldades na  busca pelo conhecimento.
A criança precisa ter vínculo, segurança e envolvimento com seu educador para assim ter a consciência de que é importante e de que faz parte daquele contexto. Já o professor,  precisa  saber  que objetivo tem com aquele aluno, desta maneira, buscará por mecanismos que melhor se adéquem  à necessidade da criança.
Caso a rotina da sala de aula, faça ligação ao que o objeto vive em seu meio, o problema abordado fará sentido e aí teremos uma criança curiosa em busca de conhecimentos que a auxiliem em seus anseios.  Porém, se o contexto teórico não linkar com o contexto concreto, teremos a frustração e a dificuldade em aprender e compreender sua permanência no ambiente escolar.
O professor precisa  saber e  conhecer  os passos que dá com cada um de seus alunos,  pois “ no clima da dialogicidade , o sujeito que pergunta sabe a razão do que faz”, e é isso permite compreender muitas das atitudes advindas das crianças, dando assim sentido à nossa profissão.
 Um olhar singular  é a única coisa que permite respeitar o educando em seu ritmo, modo e tempo de aprender, e nele depositar nossa esperança.


sábado, 4 de novembro de 2017


                           SOMOS PEÇAS DE UM QUEBRA - CABEÇAS
Identifiquei-me com a fala da Professora Mantoan quando  diz que não devemos adaptar o currículo para alunos de inclusão e sim, que é este aluno que deve seguir a proposta de trabalho, realizando aquilo que pode dentro de sua capacidade e respeitando suas limitações. Assim, estará aprendendo a conquistar sua autonomia como indivíduo singular que é, da mesma forma que  todos integrantes de uma turma; cada um é único em seu modo de aprender, justificando-se que a boa escola é aquela que ensina para todos, independentemente de sua condição.
Ao professor, cabe ter noções práticas para não errar no atendimento ao aluno de inclusão; acredito  também, que empatia e boa vontade estão interligadas à esta circunstância.  Conforme a Médica e Professora Izabel Maior, as pessoas com deficiência tem autonomia para gerir suas vidas e este ato, se inicia dentro da escola, pois é um dos primeiros lugares onde a criança irá conviver com todo tipo de diversidade.
Olhar a diferença com mais naturalidade dá ao portador da deficiência mais cidadania, impedindo o rótulo de ser um incapaz ou motivo para pena.
Tenho uma aluna autista, a qual costumo sempre dizer que ela na verdade, é uma artista, tamanho é o talento que tem  para as artes. Sua representação gráfica se dá a partir de seus desenhos. Logo que começamos a trabalhar juntas, estes  eram ligados apenas aos interesses pessoais dela. No entanto, conforme nossa interação foi aumentando, bem como nosso relacionamento se estreitando, ela passou a linkar seus desenhos aos assuntos abordados em aula; neste momento fica muito claro a fala de Montoan “ é este aluno que deve seguir a proposta de trabalho”, realizando aquilo que pode dentro de sua capacidade e respeitando suas limitações.
Minha aluna não aceita adaptações de tarefas. Ela faz somente o que quer, dentro de seus interesses. Como ainda não está alfabetizada, eu busco soluções para esta questão. No entanto, não é fácil,  pois não compreendo até onde conseguirei atingi-la, considerando suas limitações biológicas. Este fator é motivo de angústia para sua família, que constantemente cobra da escola resultados específicos de aprendizagem.
Percebo que a deficiência física é um percalço inclusive para a família que não sabe como gerenciar tal situação . Estas questionam as dificuldades e na maioria das vezes buscam por um desempenho que não chegará. Ou apenas não chegará no tempo que elas estipulam ser o certo.
Hoje, depois de muitos anos lecionando e trabalhando com a inclusão, penso que como educadora devo fazer o possível para valorizar a auto estima de meu aluno. Muitas vezes, é preciso começar apenas com a socialização desta criança e até mesmo com a integração dele ao grupo, que em alguns momentos, precisa ser conscientizado das diferenças que temos como seres humanos. É muito comum ver em um grupo de crianças o estigma em relação ao que é diferente. Na maioria das vezes, o meio em que convivem fomentam a ideia de pena e de incapacidade do indivíduo com deficiência. Percebo até mesmo que alguns rejeitam o colega deficiente, no entanto, a maioria se sente bem auxiliando aquele colega. É à este tipo de situação que o professor deve estar atento, pois quando for a vez de uma situação inversa, salientar bem ao grupo em geral, que na vida precisamos uns dos outros e que todos fazem parte de um grande quebra-cabeça, no qual todas as peças são importantes e nenhuma pode faltar.

domingo, 29 de outubro de 2017


                                                         
                                                          CRIANÇAS MÁS


Sou professora há mais de 25 anos. Posso afirmar que já convivi e interagi  com todo  tipo de criança. Mas tem algo que me intriga muito e tem despertado meu interesse e curiosidade. É o fato de constatar que há maldade nas atitudes de muitos seres humanos em formação.
Sim, estou afirmando que existem crianças más. Elas estão escondidas atrás de sutilezas que usam para manipular os demais em favor de seus interesses pessoais. Geralmente são dissimuladas e mentirosas agindo assim, com colegas, professores e principalmente com seus pais.
É muito complicado para quem é educador fazer uma afirmação dessas e não ser acusado de estar rotulando a criança com tais características. Mas para quem convive diariamente com essa realidade é muito fácil perceber como sorrateiramente essas crianças distorcem toda uma realidade ou situação para conseguir seus objetivos. Acredito que por vezes, agem inconscientemente, porém sua natureza fria e cruel, está ali.
Trabalhar com tais indivíduos é complicado, uma vez que são incapazes de desenvolver a empatia necessária para criar vínculos afetuosos. Com eles tudo é superficial e momentâneo. São temperamentais e muitas vezes , líderes negativos que se utilizam de seu carisma para manipular o seu entorno.
Tais atitudes, se não evidenciadas e tratadas ainda na formação da criança, podem causar grandes danos. Estes podem afetar ao próprio indivíduo ou àqueles com quem convivem. 
A escola como instituição tem por dever alertar as famílias sobre tais comportamentos. Prevenir futuros transtornos e tragédias anunciadas, uma vez que na escola se consegue ver o perfil do aluno através de sua conduta e atitudes.

domingo, 22 de outubro de 2017


                                                                   
POPULAÇÃO FANTASMA



Nesta semana mais de 300 pessoas morreram na Somália. Pouco se falou; pouco repercutiu; pouca a sensibilização mundial e muito descaso ao próximo, que por um acaso aqui , se trata de maioria negra.
Preconceito velado? Não!
Preconceito escancarado! Pois falar de um povo africano, não dá mídia nem status mundial. Essa é uma estória única! Só deles.
Não é legal  usar tarja nas redes sociais por um povo esquecido lá na África. Isso é um problema deles.
Quem irá chorar por eles? Lamentar sua partida? Somente aqueles que sobreviveram para contar o que é ter na pele a marca do descaso social.
Este fato, apenas comprova que vivemos em uma sociedade corrompida pelo preconceito e pela negligência ao menos favorecido.
 Esse evento, joga na nossa cara que somos sim preconceituosos com tudo aquilo que não reflete nossa vontade e interesse.
O ser humano é preconceituoso em sua essência!!!

domingo, 15 de outubro de 2017


                                             Porto Alegre, 15 de outubro de 2017.

                                                      DIA DO PROFESSOR



Hoje é o dia do Professor!Muito me orgulho da profissão que escolhi. Na sala de aula , sou feliz, realizada e ciente do meu dever como cidadã. É na sala de aula, que realmente me mostro, explano minhas ideias e tento , ao máximo , ser o mais coerente possível entre minhas ações e palavras.
Nem sempre é fácil. Nos dias de hoje, onde a educação é sucateada, ter motivação para lecionar, sabendo que teu salário não chegará ao término do mês é algo estressante. Dá uma sensação de angústia saber que teus alunos dependem do teu emocional e tu, estar abalada com problemas pessoais, devido à desvalorização do magistério.
Se engana quem pensa que professor grevista não se preocupa com o aprendizado dos alunos. É fato que durante uma paralisação muito se perde com as crianças. No entanto, nós educadores, não temos respaldo de quem nos representa. Precisamos lutar por nossos direitos, enquanto na incoerência da coisa, sabemos ser fato, que nós professores é que ensinamos a cada um buscar por aquilo que almeja. Muitas vezes, o professor, como categoria,  é solitário em suas reivindicações, pois não somos escutados, por mais que gritemos que sem nós a sociedade pára, o mundo se perde e  cidadão não se forma.
Quisera eu, trabalhar 20 horas, ser bem remunerada e dar toda a qualidade de ensino que meu aluno merece.  Ao invés disso, me desdobro em duas escolas em uma jornada de 50 horas semanais, onde muitas vezes, o cansaço e sono me vencem. Não é fácil ter pique para acompanhar a gurizada. 
Mesmo assim, com todas essas desventuras, jamais trocaria minha profissão por nada. Simplesmente amo o que faço e me dedico cada vez mais a isso. O PEAD está aí me auxiliando a me tornar cada dia uma educadora melhor.
Sonho com o dia de ser mais valorizada, mas no fundo o que mais me gratifica é saber que amanhã pela manhã os rostinhos de minhas crianças estarão lá, esperando por mim, mesmo que para brigar com eles, por não terem feito o tema. 
Assim, há 25 anos levo meus dias, consciente de que fazer o que se gosta é mais essencial que tudo nesta vida. Fazer o que se ama, te dá coragem de levantar a cabeça e ter esperança de um futuro melhor.

domingo, 8 de outubro de 2017






                                             DIFERENÇAS

                                                  
 A diversidade é um fenômeno global, afinal somos todos singulares em nossa maneira de ser, se portar e principalmente no modo como nos apresentamos à sociedade. Aqui, me refiro à nossa aparência, intelecto e condição física.

Ninguém é igual. E é isso,  o que causa estranheza.   Nos incomodamos  com aquilo que é diferente de nós. Fazemos um pré conceito ,  antes mesmo de interagir com o outro. Nossos olhos e pensamentos são juízes implacáveis.

A poucas semanas dissertei aqui no blog sobre minha deficiência: sou obesa  PRECONCEITO/ Seminário Integrador IV / Questões étnicos-raciais

Particularmente não me sinto deficiente, porém, é assim que a sociedade me vê. Voltando ao quadro contido no texto lido, quero aqui fazer uma afirmação que comprova que perante os outros, também sou vista como portadora de necessidades especiais, afinal tenho uma deficiência, possuo incapacidades e estou em desvantagem:

DEFICIÊNCIA: toda alteração do corpo ou da aparência física /  sou obesa

INCAPACIDADE: restrição de atividades em decorrência de uma deficiência  que afetam o desempenho e atividade funcional / sendo gorda,  tenho pouca agilidade, pouca resistência e sou mais lenta que os demais ao caminhar

DESVANTAGEM: condição social de prejuízo / jamais terei condições de vencer uma maratona, por exemplo

Nossa sociedade é hipócrita, julga antes de conhecer a pessoa em sua totalidade. Todos temos nossas restrições; mas acima de tudo, temos valores e potenciais. Valores e potenciais estes, que são negligenciados quando deparamos com o que não é “normal” ao ser humano.

Linkando tudo isso à minha sala de aula, afirmo que tenho 20 alunos completamente diferentes uns dos outros. Entre eles, tenho 2 alunos que particularmente aprendem de forma e em tempo diferentes. Um deles, possui laudo o outro ainda não. No entanto, os demais 18, também aprendem de forma e tempo distintos. Cada um de meus alunos é singular e eu respeito isso, propiciando a interação entre eles,  ao máximo.

Vejo que na sociedade como um todo, ser um avestruz e fingir não ver ou compensar com um agrado aquilo que desagrada é mais fácil do que exercer a empatia. Se o mundo fosse empático, não teríamos em nosso vocabulário palavras como inclusão, deficiente, diferente e afins.

O mundo deveria ser preparado para todos, no entanto, isso é apenas uma utopia, pois o ser humano é preparado para encontrar defeitos em tudo que não é do seu agrado.

Vejo na escola, um lugar propício para enfrentarmos e combatermos esse dilema. Por mais professoras como dona Consuelo, que enxergou acima da deficiência de um aluno. Ali ela viu  a oportunidade de trabalhar outros talentos com aquela criança.

Na sala de aula, o aluno de inclusão não é só aquele que se utiliza da Libras, do Braile ou de uma cadeira de rodas. O aluno pobre que não tem caderno nem roupas quentes nos dia de frio, também possui suas necessidades especiais, o aluno negro ao qual um colega o chama de negrinho sujo,  também é visto em desvantagem,  a professora que ouve ser uma pena ser gorda tendo um rosto tão bonito se torna incapaz...

Viver  fora dos padrões estipulados, é como viver correndo sempre “atrás da máquina”; é ter suas potencialidades negadas a todo momento; é não ser visto na multidão; é ter todo potencial que possuímos, aniquilados pelo preconceito.


sábado, 30 de setembro de 2017



                                                         INCLUSÃO SEM LAUDO

Concordo com o Professor Carlos Skliar quando diz, que quando se fala muito a palavra inclusão, é porque ali a inclusão não existe. A própria palavra já exclui o aluno, pois o diferencia dos demais. 
Em uma turma cada aluno é singular em suas peculiaridades, e a inclusão se dá a partir do momento que cada indivíduo é visto como parte de um todo, colaborando com aquilo que pode e que sabe.
Na lei, vejo tudo muito bonito e seria mais do que justo que se efetivasse na prática. No entanto, essa realidade não existe. O que existe  são professores que fazem o possível e o impossível para tornar a rotina de sala de aula um ambiente propício à todos aprenderem . 
Na minha escola, quando temos um laudo, a turma é reduzida para 20 alunos no intuito da professora atender plenamente aquele aluno que necessita de um apoio a mais. Porém, é fato que muitas vezes, este laudo não chega inviabilizando inclusive,  o direito deste aluno ser melhor contemplado em suas necessidades.
Para mim o laudo respalda o lado mais prático da rotina de uma sala de aula, pois indiferente do diagnóstico, aquele aluno é um cidadão precisa ser respeitado em seus direitos.
Quando há muitos casos em uma turma , o que se faz necessário é o bom senso escolar e melhor acomodar esses alunos, de forma que o momento ali, seja proveitoso para sua formação.  Muitas vezes, o que acontece, é que a escola coloca todos alunos sem laudo em uma única turma, sobrecarregando emocionalmente e fisicamente o professor, visto que tais alunos demandam muito mais atenção do educador . Quando isso acontece, o caos se instala e a escola de formadora de cidadania passa à um depósito de crianças.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

                             
                                       OFICINA DE ESCRITA


Nunca gostei de poesia. Sempre me considerei uma "ogra" para tal delicadeza que um poema exige, no entanto,  com a aula de produção textual da Professora Ivany Ávilla, descobri que talvez eu consiga extrair alguma essência poética de meu ser.
                        
                                    MEU PRIMEIRO POEMA

 GOSTOSO  é saber que estudo porque gosto
MARAVILHOSO será o resultado de tudo isso
MÁXIMO  será o meu objetivo alcançado
PAZ é saber que estou no caminho correto
REFLEXÃO é uma  constante
NOSTALGIA é  me jogar no sofá
AZEDO o que ócio causou
DECEPÇÃO foi vencida pelo meu esforço e superação
FUTURO é o que me aguarda.

Além de nos fazer refletir sobre nossa escrita, conduziu um passo a passo muito divertido, onde executando uma tarefa, quase que lúdica para nós adultas,   propiciou um momento quase que único na universidade.
Particularmente, sinto falta de mais aulas como esta, pois aqui somos alunas e ser conduzidas por um professor, ali , na tua frente , faz toda a diferença.
Hoje, já me acostumei a estudar sozinha, buscar apoio online, mas o diferencial de uma boa aula presencial é singular, é te fazer escrever um poema.
POR MAIS AULAS ASSIM!


domingo, 17 de setembro de 2017


Penso que podemos contribuir com a propagação da ética a partir de nossos exemplos, bem como através de nossa fala. Explicitar ao aluno sempre os dois lados das situações, propicia à ele ver as consequências de possíveis decisões a tomar. Temos o livre arbítrio, porém seremos reféns de muitas decisões errôneas. Cabe à nos decidirmos.
No texto da autora Nádia Herman, essa passagem me chamou a atenção por mostrar que somos livres, e mais livres ainda, para decidirmos o rumo de nossa existência, o homem forma a personalidade livre e singular numa multiplicidade de experiências auto determinadas, numa ação recíproca entre o homem e o mundo. Formação é um trabalho de si mesmo, numa abertura dialética entre a experiência no mundo e um projeto de mundo. Nesse trabalho de si, há uma dimensão estética como uma livre criação de si”. Ou seja, ninguém será feliz o tempo inteiro; mas se nos sobrepormos à isso,  e soubermos lidar com as adversidades do dia a dia, saberemos como tirar proveito de tudo,  inclusive dos  infortúnios da vida. Nossa trajetória como seres humanos depende de como lidamos com as situações diárias previsíveis e imprevisíveis.
Sempre que tivermos por base uma boa ética, esta nos servirá de guia, respaldando nossas atitudes perante os outros e a sociedade. Agir com ética te coloca num patamar de excelência, de modelo a ser seguido, e nós educadores, precisamos ter este valor muito acentuado em nosso agir e ser, para só assim , tentar transformar o mundo corrupto e sem moral no qual vivemos.


domingo, 10 de setembro de 2017



                                    ACHISMOS X FORMAÇÃO

    

Em seu vídeo, Leandro Karnal apresenta o modo como as novas gerações estão aprendendo a se comunicar. Para essa, não faz diferença se a conversa for online ou não,  o que importa, é que de fato, o objetivo “comunicar” aconteça. Para ele, isso não é bom ou ruim, e sim diferente.  Para quem cresceu com esse novo modo de interação, o antigo contato nos olhos, não faz a menor falta ou diferença. Tudo isso ,está nos tornando mestiços cultuais, uma vez que hoje, aprendemos através de vários mecanismos, por exemplo: podemos aprender a ler e escrever na escola, ou também na tela de um computador.
Podemos dizer, que a internet é mais um recurso que temos a favor da nossa aprendizagem como espécie que se comunica  através de símbolos. Os emogis estão aí e com eles surgem a nova geração de hieróglifos. Para uma sociedade onde tudo é superficial, estes servem como uma abreviatura da escrita, apenas reafirmando o que Bauman disse, que somos uma sociedade líquida onde o tempo é escasso e os relacionamentos cada vez mais superficiais.
Não temos tempo nem para expressar nossos sentimentos e onde deveria haver um diálogo há uma imagem que nos resume como pessoa, bem como aos nossos sentimentos
Acredito que aos poucos, estamos banalizando as relações.
Atualmente, as pessoas alimentam sua auto afirmação nas redes sociais. Percebo este comportamento na mesma equivalência a ter o reconhecimento de seus valores éticos reconhecidos. Vejo tudo isso como uma vulgarização da espécie humana.
A formação necessária para sermos críticos e reflexivos, fica muito longe de ser uma prioridade em um mundo onde todos são formadores de opinião.
Para mim que também trabalho com adolescentes e pré adolescentes, vejo essa realidade dentro de minha turma. É incrível como os youtubers são uma forte referência aos nossos jovens. 
Não posso criticar a todos,  até porque exitem excelentes profissionais por aí,  mas os dois ou três, aos quais fui apresentada por meus alunos, não me causaram boas impressões de pessoas críticas e  reflexivas, ou seja, não pelo lado positivo, estes são mestres em expor com críticas maldosas, muitos dos valores que durante anos, tentamos construir em nossas crianças.
É muito difícil desfazer a força da fala de um youtuber. Eles são como uma renovação para nossas crianças e se o mundo continuar nessa "pegada", vejo em um futuro não muito distante, a extinção dos professores. Isso é triste, mas é uma realidade cada vez mais presente. E como o próprio Leandro Karnal afirmou, para uma geração que apendeu assim, isso não é estranho e sim muito natural.




domingo, 3 de setembro de 2017


                                                              VISIBILIDADE




Ter visibilidade é algo que há muito tempo reivindicam as pessoas portadoras de necessidades especiais. Estas se sentem invisíveis em uma sociedade que não as vê e que não está preparada para atendê-las em suas necessidades básicas de cidadão.
Essa realidade é algo que se arrasta desde a era primitiva onde os não aptos ao estilo de vida daquela época, eram deixados para trás, por seu bando, para morrer, uma vez que não podiam contribuir para o coletivo.
A mesma situação é encontrada em muitas salas de aula onde o aluno de inclusão é deixado de lado  uma vez que não acompanha o "grupo regular", perdendo assim, a oportunidade de evoluir como ser humano, digno de todo respeito em suas peculiaridades.
A sociedade sim é deficiente, uma vez que   não está apta a atender pessoas com diferentes potenciais. Potenciais estes,  que poderiam agregar e fazer a diferença em muitas realidades.
Ter o devido reconhecimento e seus direitos garantidos por políticas públicas e direcionadas é algo que faz parte de uma árdua jornada. Pode -se afirmar que muito já se fez no sentido da inclusão, porém tudo isso ainda é irrisório, quando estamos falando do direito à cidadania de um ser humano.



  

sábado, 2 de setembro de 2017

       
                                                         
                                                     PRECONCEITO


Quem de nós já não sofreu preconceito?
Mente, quem nega! Pois isso, é  nato do ser humano: criticar aquilo que lhe desagrada.
Por muitos anos, e ainda hoje, sofro com olhares e comentários maldosos em relação ao meu peso. 
Até atingir a maturidade que tenho atualmente, passei por depressões, noites mal dormidas, muito choro e lamentações , sem  esquecer que muito deixei de viver por me incomodar com o comentário alheio. 
Aos 43 anos e sentindo-me uma mulher experiente e vivida, percebo que o preconceito é algo que mina tua felicidade, que faz com que tu, te auto-sabote, tirando de ti, o direito à felicidade. 
Não sei o que é ser negra e sofrer racismo. Não sei o que é ser gay e sofrer com a homofobia. Mas sei o que ser gorda e ser motivo de chacota, de piada e de pena.
As pessoas não avaliam o que tu é como ser humano e sim, tua aparência; se come mais ou menos calorias; se entra ou não em uma calça 38. O rótulo gorda, se sobrepõe  a  ser uma pessoa, culta, bacana e alegre.
Conviver com língua afiada das pessoas, te faz viver em eterna resiliência, onde é quase que inevitável aceitar o desrespeito e achar que isso é normal.
O ser humano sabe ser cruel! Sabe ferir! 
Mas como ser racional que sou, aprendi que acima de tudo, sou muito mais do que a balança diz sobre meu peso. Sou uma totalidade e não apenas uma caracterítca.
Hoje afirmo que tudo que passei serviu para me fortalecer como pessoa.
 Aprendi nas  situações adversas que  o   mais importante é ser feliz do jeito que sou.
Sou gorda e sou mulher, mãe, professora , aluna, amiga, companheira.... sou gorda e sou feliz!

                                                   
                                 CONCEITO: PROFESSOR

Para o início deste sexto semestre, quero deixar a mensagem do professor e filósofo Leandro Karnal, que através de suas palavras descreve, com maestria, o que é ser um professor, na essência e na nobreza de sua profissão.



Neste,  afirma que nós professores,  apostamos no ser humano e que a partir daí passamos  a acreditar em um mundo melhor, onde   a diferença se faz no momento em  que a educação encontra o conhecimento; quando nosso exemplo,  torna o outro um ser mais cidadão e menos preconceituoso.
Aqui ele fala que o desânimo é passível em todas as profissões , inclusive na nossa, mas que o aluno  nos serve de alimento, o qual não nos permite entregar os pontos. 
Somos a ponte entre o conhecimento formal e o aluno que não tem acesso à ele.
"Professor trabalha com conteúdo mas também como educador de uma atitude".

Um bom semestre à todos nós!!!






                

domingo, 9 de julho de 2017


                                                   POLÍTICAS  PÚBLICAS   
 
                              


Uma educação de qualidade é aquela em que os alunos aprendem de forma igualitária respeitando seu ritmo e limitações. Fomentar um cidadão crítico e atuante que seja capaz de exercer suas funções profissionais é o que se espera de nossas escolas.
Mas para que esta,  cumpra com seu papel na sociedade, precisa estar amparada por ações governamentais que lhe garantam suporte para atender todo aluno que ali chegar.
Criar estratégias para facilitar o acesso do aluno bem como sua permanência é dever do Estado, assim como garantir aos educadores boas condições de trabalho, com salários dignos e adequados à sua função.
Ao meu ver, o maior problema enfrentado pelas escolas é a falta de recursos materiais e humanos. Sem tais condições básicas,  é quase impossível realizar um trabalho eficaz ao cidadão.  Sem condições , a escola perde sua função social.
No Brasil, encontra-se um fala na lei e outra realidade na prática. Essa dissonância conduz a educação à um descaso sem precedência que prejudica todos os atores envolvidos no cenário da educação. Tal situação acarreta a evasão e o auto número de repetências escolares, criando assim um cenário propício  à instauração do caos educacional. O Brasil demonstra carência e fragilidade no que diz respeito à  planejamento educacional a logo prazo, ou seja, nosso país não tem como prioridade criar maneiras e soluções para erradicar esse descaso educacional que se faz presente na atualidade.
Para que haja uma melhoria na educação brasileira, os Estados e a União precisam criar políticas públicas de ensino que promovam o acesso  e permanência de todo cidadão na escola.


domingo, 2 de julho de 2017



TRANSCRITOS


Gostei muito de analisar  as postagens do blog . Percebi nos textos que escrevi e nos  de minha colega outros olhares para a mesma situação que vivenciamos  nas   interdisciplinas ao longo do curso e na sala de aula. Encontrei muitas semelhanças e visões completamente distintas sobre o mesmo assunto.
  Constatei que ao discordarmos diante determinadas questões, estávamos apenas acrescentando outras maneiras de avaliar e de compreender o que nos cerca,  pois respeitar a opinião do outro é o que nos permite viver em sociedade e formar cidadãos capazes de construir um mundo melhor, e como educadoras que somos, essa é nossa função.
Em alguns textos fiquei com vontade de saber mais sobre determinada questão. Fiquei pensando: 
- Por que será que ela não transcorreu mais sobre esses assunto? Tinha tanto para abordar.... no entanto, fiquei com gostinho de quero mais. 
É neste ponto que a nossa análise em conjunto fará a diferença neste trabalho, pois alinharemos os pontos que ficaram em aberto, tendo assim uma maneira para concluirmos o assunto.
Em outros transcritos me identifiquei de tal forma que parecia que era um texto feito por mim. Destaco essa passagem:" ser professor está tão entranhado em mim quanto qualquer outra característica física ou psicológica." Frase perfeita, bem como esta sobre o trabalho a respeito  da importância da imagem, na interdisciplina de Estudos Sociais: "há sentimentos guardados nestes registros".
Ler o que pensa o seu semelhante, e aceitar ou não é nada mais que estar aberto ao outro, ao diferente e assim, aprender cada vez mais.

domingo, 25 de junho de 2017


                                                        GESTÃO  ESCOLAR


Em função da interdisciplina de Gestão procurei minha diretora para conversarmos a respeito do Conselho Escolar e sua função.
Ela me passou que no momento é tudo muito novo, pois na antiga gestão, as coisas não funcionavam como realmente deveriam.
O que percebi foi muito boa vontade de fazer os trâmites de forma correta , ouvindo cada setor da comunidade escolar e priorizando as necessidades básicas dos alunos.
No momento, ela realiza, por exemplo,  reuniões com os líderes de turma para auxiliarem na elaboração do cardápio da merenda. Estes, são responsáveis de encaminhá-lo aos demais colegas.
O grande problema fica na questão financeira, pois a necessidade de verba é muito grande e os recursos são pouquíssimos, porém tudo que está sendo feito tem passado pela opinião e aceitação dos membros do conselho escolar. Acontece tudo por votação e a palavra dela, de forma alguma é a definitiva. O CPM  está ativo e atuante.
Conheço minha diretora há nove anos. Ela é uma pessoa muito justa e transparente em suas ações.
 O amor e empenho que demonstra à educação é o diferencial que  faz com que, aos pouquinhos, nossa escola esteja se alavancando e tornando-se um verdadeira escola democrática.
A Escola Souza Lobo tem 103 anos. Deveríamos ser exemplo de gestão pelo tempo que temos trabalhando na educação e formação de crianças. No entanto, por não haver o comprometimento com a cidadania no passado , hoje estamos à passos de formiguinha, mas com a certeza de que estamos fazendo o certo.

domingo, 18 de junho de 2017


                                                                   PARCERIAS

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Sou professora no Ensino Público e no Ensino Privado. Comparações são quase impossíveis de não acontecer. Fora a questão cultural e os valores vistos de formas diferenciadas em ambas as Instituições , outro aspecto que chama a atenção são os recursos disponibilizados por essas redes de ensino.
Dar aula em escola particular é muito fácil, visto a grande variedade de recursos ofertados aos discentes e docentes. Nem sempre são aproveitados de maneira contemplativa visto o enorme leque de opções. No entanto aqui, falta aquela realização de " PUXA! EU CONSEGUI!!!! No privado a maioria das conquistas é mérito do sistema e o educador, muitas vezes, passa a ser apenas mais um.
Já em escola pública esbarramos nas privações de recursos e materiais. Na carência das crianças e no não poder pedir ajuda às famílias . Isso é um complicador que dificulta muito o trabalho do professor.
Porém, se este realmente quiser ser um diferencial na educação de seus alunos, vai atrás de parcerias que podem contemplar e oferecer outras formas de enxergar o mundo.
Essa semana recebi em minha turma o pessoal do Projeto da Nova Ponte do Guaíba. Eles fazem um trabalho de educação ambiental maravilhoso. Apresentam recursos que nossa escola não possui e faz com que os alunos repensem sua posição como cidadãos que precisam preservar a natureza. 
Essa visita foi a culminância de um projeto sobre o solo e para minha felicidade as crianças adoraram, questionaram, colaboraram com suas opiniões. Enfim, foi uma manhã "pra lá de proveitosa" !
Assim concluo, que para alunos da escola pública o professor é totalmente responsável pelas metodologias e dinâmicas que farão a diferença no aprendizado de seus alunos. Apesar de todas dificuldades que enfrentamos, ver o sorriso contemplativo no rostinho de uma criança faz tu sentires o maior orgulho de SER PROFESSOR DE ESCOLA PÚBLICA!
Acho que nem preciso dizer onde mais me realizo como profissional né?!


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