domingo, 21 de abril de 2019


   
       RELEITURA DA POSTAGEM À SOMBRA DESTA MANGUEIRA

                                       
                   


O texto de Paulo Freire “ À sombra desta Mangueira” remeteu-me à minha prática, onde todos os dias acompanho a aprendizagem de meus alunos. “No cerco epistemológico, não pretendo isolar o objeto para apreendê-lo em si; nessa relação procuro compreender o objeto interior de suas relações com o outro”.Ou seja, ao professor cabe a necessidade de observar e compreender como o seu aluno aprende, para assim, melhor intervir e mediar suas dificuldades na  busca pelo conhecimento.

Junto a seus pares a criança desenvolve-se de maneira natural,compartilhando e agregando saberes necessários à sua formação. Na sala de aula,vive-se intensamente uma diversidade necessária ao intelecto humano;é neste espaço que aprendemos o respeito ao que nos é desconhecido. Aprendemos a valorizar o que nos causa estranhamento, pois de certa forma, este também conversa com as verdades já definidas pelo eu interior de cada um.

O vínculo entre professor/aluno e aluno/aluno denota um contexto de segurança e integralidade. Fazer parte de um grupo e ser aceito pelo mesmo fortalece as relações; permite ter autenticidade em suas ações, propiciando o aprender e o errar de maneira construtiva.

Na sala de aula é fundamental o olhar atento do educar, para que assim fomente situações eficazes para que o aprendizado se dê. A aula precisa fazer sentido , estar vinculada aos interesses e realidade da criança para que assim, consiga fazer conexões necessárias para seu desenvolvimento cognitivo.

O professor precisa  saber e  conhecer  os passos que dá com cada um de seus alunos,  pois “ no clima da dialogicidade , o sujeito que pergunta sabe a razão do que faz”, e é isso permite compreender muitas das atitudes advindas das crianças, dando assim sentido à nossa ação educacional.

O olhar singular  é a única coisa que permite respeitar o educando em seu ritmo, modo e tempo de aprender, e nele depositar nossa esperança.




FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. 4ª ed. São Paulo, SP: Olho d'água, 120 p.




sábado, 13 de abril de 2019

                          
  RELEITURA DA POSTAGEM SOMOS PEÇAS DE UM QUEBRA - CABEÇAS
               Identifico-me com a fala da Professora Mantoan quando  diz que não devemos adaptar o currículo para alunos de inclusão e sim, que é este aluno que deve seguir a proposta de trabalho, realizando aquilo que pode dentro de sua capacidade e respeitando suas limitações.
Assim, estará aprendendo a conquistar sua autonomia como indivíduo singular que é, da mesma forma que  todos integrantes de uma turma; cada um é único em seu modo de aprender, justificando-se que a boa escola é aquela que ensina para todos, independentemente de sua condição.
Conforme  Fávero, Eugênia Augusta Gonzaga:
‘É preciso lembrar, entretanto, que alunos com deficiência não são os únicos cujo rendimento diverge dos “padrões” comuns, principalmente quando métodos e práticas de ensino não trazem nada que contemple as diferenças em sala de aula. Por isso, esses padrões e práticas é que tem que ser revistos com urgência, para o bem da educação como um todo. A solução de simplesmente deixar para trás, ou fora da escola, aqueles que “não acompanham a turma”, é muito precária para um país que adota  princípios como o da universalização do ensino”.
Ensinar para turma toda é um desafio que coloca no professor a responsabilidade de usar metodologias  que possibilitem explanar o melhor de seus potenciais, dentro de suas capacidades e limitações.
É fato que todos aprendem, mas  de maneiras diferentes. No entanto, escola e sociedade ainda insistem em padronizar o ensino, excluindo aqueles que necessitam de um tempo maior para assimilar e compreender determinados conceitos.

É papel da escola promover ações que estimulem o modo de pensar e agir de cada criança. A exclusão acontece quando não há o entendimento destas  singularidades específicas que nos fazem únicos em nossa maneira de ser . Falta o entendimento de que a aprendizagem necessita ser centrada no aluno, como indivíduo,  e não no grupo como um todo.
Fala-se muito na escola para todos, mas no dia a dia de uma sala de aula, muita coisa ainda está atrelada à velhos hábitos sistemáticos onde  professores insistem em ensinar da maneira como aprenderam e a instituição em si, resiste bravamente à essa mudança pelo simples fato de não conseguir lidar com o que é diferente.
Mantoan ( 2008) nos diz que:

“Os professores em geral têm bastante dificuldades de entender os princípios inclusivos aplicados às turmas , diante da formação que tiveram como alunos e como profissionais da educação. Não é fácil, depois de toda uma experiência escolar, em que a exclusão é uma das situações mais  comumente vividas, fazer essa passagem necessária que nos leva a conceber uma escola de todos, para todos e com todos os alunos. Infelizmente as escolas não se dão bem com as diferenças”.
É desta forma, que a passos lentos  a educação busca atender uma clientela que clama por igualdade. Igualdade esta , prevista em lei, estabelecida  nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica e na Declaração de Salamanca, mas que por ironia do destino, muitas vezes, esbarra na má vontade  despreparo de profissionais que deveriam lutar por esta causa.
Entender o aprender de cada um direito humanitário.


MANTOAN, Maria Teresa Eglér Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? /Maria Teresa Eglér Mantoan- São Paulo: Moderna, 2003.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér  (Organizadora) O Desafio das Diferenças na Escola /Maria Teresa Eglér Mantoan- Petrópolis: Vozes, 2011.

quarta-feira, 10 de abril de 2019


RELEITURA DA POSTAGEM DIFERENÇAS


A diversidade está entre nós. Somos todos singulares em nossa maneira de ser, se portar e principalmente no modo como nos apresentamos à sociedade. Aqui, me refiro à nossa aparência, intelecto e condição física.Tais  diferenças causam estranheza. Nos incomodamos com aquilo que não nos identificamos Fazemos um pré conceito ,  antes mesmo de interagir com o outro.
Nossos olhos e pensamentos são juízes implacáveis.

O sistema  é hipócrita, julga antes de conhecer a pessoa em sua totalidade. Todos temos  restrições; mas acima de tudo, temos valores e potenciais. Valores e potenciais estes, que são negligenciados quando fogem ao dito convencional. A sociedade é estereotipada,  busca padrões em vez de capacidades, talentos e singularidades que acrescentam ao coletivo.

Na escola , temos uma vasta diversidade que nem sempre encontra  espaço para manifestar-se e segundo Mantoan (2011, p.32 ):


Temos dificuldade de incluir todos nas escolas porque a multiplicidade incontrolável e indefinida de suas diferenças inviabiliza o cálculo, a definição desse sujeito, e não se enquadra na cultura de igualdade das escolas.

A escola padronizou tudo e todos com o objetivo de potencializar sua proposta pedagógica, no entanto, as diferenças estão aí e exigem seu espaço, deixando a escola sem saber como agir com aquilo que desconhece ou melhor, com aquilo que não está pronta e preparada para promover.
É urgente que a escola busque alternativas e ações  que atendam à todo seu alunado, deixando de excluir aqueles que possuem outro modo e tempo de aprender , descobrindo metodologias que estimulem suas habilidades ao máximo possível, respeitando sua capacidade e limitações.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér (Organizadora) O Desafio das Diferenças na Escola /Maria Teresa Eglér Mantoan- Petrópolis: Vozes, 2011.


quarta-feira, 3 de abril de 2019

  
                         
RELEITURA DA POSTAGEM INCLUSÃO SEM LAUDO
O que é a inclusão se não o fato de unir o que é diferente ao dito” normal ou regular” com o objetivo de ter os mesmos fins sem rótulos ou estigmas?
Pois bem, na escola a palavra inclusão define aqueles alunos que necessitam de um outro olhar por parte dos professores e instituição. Mas será que esse olhar existe? Ou o que existe são tentativas de ajustar essa criança à um sistema que regula à tudo e à todos?
Se refletirmos seriamente sobre essa questão chegaremos ao senso comum de que em toda sala de aula, cada indivíduo é único em seu jeito de ser e de aprender, não  importando ao fato de ter ou não um laudo que lhe respalde como aluno de inclusão.
Escola e professores precisam urgentemente esquecer nomenclaturas que rotulam e excluem, passando a observar o modo como se dá o aprendizado de cada um, e a partir daí, buscar alternativas e estratégias que contemplem de forma satisfatória todo o seu alunado.  Para Mantoan (2002)
A maioria dos alunos das classes especiais é constituída pelos que não conseguem acompanhar os seus colegas de turma, os indisciplinados, os filhos de lares pobres, os filhos de negros e outros. Pela ausência de laudos periciais competentes e de queixas escolares bem fundamentadas, esses alunos correm o risco de serem admitidos e considerados como PNEE.
Sendo assim, o laudo, na maioria das vezes, apenas camufla a incapacidade da escola em lidar com a diversidade plural de sua clientela. Em vez de rótulos, deveria buscar em seu aluno o potencial que este apresenta. Deixar que se expresse, sem a preocupação do certo ou errado motivando-lhe a  acreditar em si e naquilo que é capaz de oferecer e aprender,  independentemente de sua condição.

PNNE ( Portadoras de Necessidades educacionais Especiais)

MANTOAN, Maria Teresa Eglér Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? /Maria Teresa Eglér Mantoan- São Paulo: Moderna, 2003.