segunda-feira, 15 de outubro de 2018

  
                              REFLEXÃO DA SEGUNDA SEMANA DE ESTÁGIO




Essa semana foi bastante atípica devido às comemorações pelo Dia das Crianças.
Minha escola se preparou com atividades diferenciadas que acabaram por influenciar e alterar a rotina da sala de aula. Devido à esse fato, não pude concluir algumas das tarefas planejadas. Outro fator que também contribuiu para esse contratempo, foi uma situação bem corriqueira em minha turma que são as frequentes faltas dos alunos.
O jogo da memória elaborado a partir auto imagem das crianças foi concluído somente na quinta-feira, pois uma menina se fez ausente por toda semana. Sendo assim, o jogo não pode ser reproduzido e confeccionado em sua íntegra. Irei usá-lo em outro momento, uma vez que faz parte dos meus objetivos propostos. As entrevistas com os colegas da escola foram realizadas, porém iremos concluir  sua apresentação, somente na aula do dia 16/10.
As tarefas realizadas pelos professores de Educação física também mexeram em minha rotina, fazendo-se necessário readaptar horários e atividades.
As observações desta semana foram muito pertinentes à proposta do meu projeto de estágio. O jogo  ( CARA A CARA ) que confeccionamos foi uma grata surpresa! As crianças simplesmente adoraram ver suas imagens retratadas nesta brincadeira. Através deste, pude contemplar a funcionalidade e importância do jogo de tabuleiro para a integração dos alunos.
Para ser útil, no processo educacional, o jogo deverá representar algo desafiador para o indivíduo,isto é, permitir auto-avaliação quanto ao próprio desempenho, o que leva à construção da autonomia. Além disso, não deverá ser excludente, pelo contrário, deverá permitir que todos os jogadores possam participar, do início ao fim do jogo. (Kamii &De Vries,1991).
Ao meu ver, o jogo é maneira mais adequada de promover a inclusão, pois é neste momento em  que as diferenças ficam de lado, mas também agregam.  Aqui, todos brincam e  interagem de forma a contemplar estratégias que propiciam o mútuo aprendizado. Vejo aqui a diversidade cumprindo seu papel integrador nas relações. É a escola fazendo seu papel social.
Já no jogo das características, pude perceber muitos conceitos serem explanados pelas crianças. Conforme íamos fazendo os levantamentos para o gráfico, notei que , sem minha intervenção, eles faziam cálculos mentais, onde somavam  e subtraiam segundo hipóteses próprias, concretas , prováveis e improváveis . “ O jogo pode ser considerado como um recurso complementar ao processo de aprendizagem : a criança pode trabalhar  com conceitos complexos sem ter que  defini-los”. (Brenelli, 1986; 1996;Grando, 1995; 2000;Kamii & De Clark,1988; Kamii & De Clark,1991).
                Em contrapartida,  também observei preconceito e intolerância ao chamarem um menino de gay . As meninas foram enfáticas dizendo que ele deveria se dirigir ao grupo de meninas da turma. Neste momento precisei parar a dinâmica e conversar com eles à respeito das diferenças e respeito ao ser humano.
Outra situação bem conflitante, foi quando precisamos formar os trios para realizar as entrevistas. Alguns alunos foram relutantes em aceitar os colegas de inclusão para compor seu grupo. Alegaram, para mim, que eles não iriam saber fazer o solicitado. Mais uma vez, precisei abordar a questão das diferenças entre eles, bem como valores como compreensão, colaboração e empatia.
Para mim, ficou claro que criança também exclui. Neles,  o preconceito se mostra raso,  implícito e cruel.  O que difere aqui, é que não possuem entendimento sobre tal comportamento.
Abordar questões como essas, em sala de aula,  é de extrema necessidade. Participamos da formação dos futuros cidadãos que irão transformar a sociedade e esta, não pode estar envolta à valores medíocres , desumanos e preconceituosos.