Essa semana foi bastante atípica devido
às comemorações pelo Dia das Crianças.
Minha escola se preparou com atividades
diferenciadas que acabaram por influenciar e alterar a rotina da sala de aula.
Devido à esse fato, não pude concluir algumas das tarefas planejadas. Outro
fator que também contribuiu para esse contratempo, foi uma situação bem
corriqueira em minha turma que são as frequentes faltas dos alunos.
O jogo da memória elaborado a partir
auto imagem das crianças foi concluído somente na quinta-feira, pois uma menina
se fez ausente por toda semana. Sendo assim, o jogo não pode ser reproduzido e
confeccionado em sua íntegra. Irei usá-lo em outro momento, uma vez que faz
parte dos meus objetivos propostos. As entrevistas com os colegas da escola
foram realizadas, porém iremos concluir sua apresentação, somente na aula
do dia 16/10.
As tarefas realizadas pelos professores
de Educação física também mexeram em minha rotina, fazendo-se necessário
readaptar horários e atividades.
As observações desta semana foram muito
pertinentes à proposta do meu projeto de estágio. O jogo ( CARA A CARA ) que
confeccionamos foi uma grata surpresa! As crianças simplesmente adoraram ver
suas imagens retratadas nesta brincadeira. Através deste, pude contemplar a
funcionalidade e importância do jogo de tabuleiro para a integração dos alunos.
Para ser útil, no processo educacional, o jogo deverá representar algo
desafiador para o indivíduo,isto é, permitir auto-avaliação quanto ao próprio
desempenho, o que leva à construção da autonomia. Além disso, não deverá ser
excludente, pelo contrário, deverá permitir que todos os jogadores possam
participar, do início ao fim do jogo. (Kamii &De Vries,1991).
Ao meu ver, o jogo é maneira mais
adequada de promover a inclusão, pois é neste momento em que as
diferenças ficam de lado, mas também agregam.
Aqui, todos brincam e interagem
de forma a contemplar estratégias que propiciam o mútuo aprendizado. Vejo aqui
a diversidade cumprindo seu papel integrador nas relações. É a escola fazendo
seu papel social.
Já no jogo das características, pude
perceber muitos conceitos serem explanados pelas crianças. Conforme íamos
fazendo os levantamentos para o gráfico, notei que , sem minha intervenção,
eles faziam cálculos mentais, onde somavam e subtraiam segundo hipóteses
próprias, concretas , prováveis e improváveis . “ O jogo pode ser
considerado como um recurso complementar ao processo de aprendizagem : a
criança pode trabalhar com conceitos complexos sem ter que defini-los”. (Brenelli, 1986; 1996;Grando,
1995; 2000;Kamii & De Clark,1988; Kamii & De
Clark,1991).
Em
contrapartida, também observei preconceito e intolerância ao chamarem um
menino de gay . As meninas foram enfáticas dizendo que ele deveria se dirigir
ao grupo de meninas da turma. Neste momento precisei parar a dinâmica e
conversar com eles à respeito das diferenças e respeito ao ser humano.
Outra situação bem conflitante, foi
quando precisamos formar os trios para realizar as entrevistas. Alguns alunos
foram relutantes em aceitar os colegas de inclusão para compor seu grupo.
Alegaram, para mim, que eles não iriam saber fazer o solicitado. Mais uma vez,
precisei abordar a questão das diferenças entre eles, bem como valores como
compreensão, colaboração e empatia.
Para mim, ficou claro que criança
também exclui. Neles, o preconceito se mostra raso, implícito e cruel. O que difere aqui, é que não possuem
entendimento sobre tal comportamento.
Abordar questões como essas, em sala de
aula, é de extrema necessidade. Participamos da formação dos futuros
cidadãos que irão transformar a sociedade e esta, não pode estar envolta à
valores medíocres , desumanos e preconceituosos.