PRIMEIRA REFLEXÃO DO ESTÁGIO " EXPERIÊNCIA"
Esta primeira semana foi um misto de ansiedade, expectativa e
muito otimismo em relação ao semestre do estágio.
Mesmo sendo bastante
experiente, "eu acho", aqui sou aluna e isso, me me deixa insegura
por algumas vezes.
Muito corriqueiramente me
pego pensando se estou usando estratégias corretas ao abordar, questionar e
avaliar meus alunos. Fico imaginando outras formas que poderiam ser utilizadas
por mim. Isso tudo está me desacomodando e me levando a refletir sobre minha
prática.
Quero ser o mais justa e
coerente possível. Quero fazer meu trabalho de modo que modifique a realidade
atual em que se encontra a educação. No entanto, atitudes grandiosas como esta,
se iniciam no chão da escola, da minha porta para dentro, onde tento ao máximo
ser profissional e o melhor ser humano possível para aquelas crianças.
Pensar a prática nos faz
olhar com olhos criteriosos para aquilo que pensamos ser o certo. No entanto,
por vezes, a incerteza nos leva a considerar outras possibilidades.
Possibilidades essas que podem fazer a grande diferença , desde a sala de aula
até a educação como um todo.
Sou exigente comigo mesmo.
Nem sempre sou flexível e aberta ao novo. Porém , agora em estágio, quero
absorver, ao máximo ,tudo aquilo que puder desacomodar, revirar minha zona de
conforto e me levar de encontro à uma nova professora, professora essa,
que está renascendo e se reinventando desde o início do PEAD.
Os parágrafos acima foram
escritos antes de ler o texto de Larrosa, e fazendo tal leitura, pude refletir
sobre o que havia explanado aqui.
Ser experiente é algo que
para mim é motivo de orgulho, pois me permite já conhecer o percurso pelo qual
ando. Dessa forma, já consigo evitar erros medonhos que cometi no passado. Ao
mesmo tempo, me coloca em uma zona de conforto onde o desafio se torna cada vez
mais um (desafio maior), pelo medo de enfrentá-lo. Abaixo seguem algumas
passagens às quais me chamaram atenção e que gostaria de
comentá-las.
"
Somente o sujeito da experiência está, portanto, aberto à sua própria
transformação".
Eu, como sujeito em
transformação acredito que somente alguém que já passou por tantos desafios
positivos e negativos é capaz de perceber e compreender a necessidade de estar
aberto à tudo aquilo que o saber nos propicia. Aprendemos com nossos erros e
acertos, mas aprendemos mais, a partir das reflexões destes acontecimentos em
nossas vidas. E destes, tiramos proveito à nosso favor, contribuindo assim à
nossa evolução profissional, intelectual e principalmente pessoal.
"
Experiência é uma paixão"...."Paixão pode referir-se
também a certa heteronomia, ou certa responsabilidade em relação com o outro
que, no entanto, não é incompatível com a liberdade ou autonomia"
Sou uma eterna apaixonada pelo
que faço, me realizo com meus alunos, aprendo , cresço e me identifico com
eles. A partir do momento que eu aluna, me encontro em situações conflituosas,
emerge em mim uma empatia que ao meu ver, muda o olhar ao meu aluno, pois somente
assim, se torna perceptível o quão necessária
sou para eles neste momento. Porém , aqui também me vejo muito possessiva em
relação à este contexto. A paixão é algo que te cega, e eu como educadora, não
posso me permitir uma cegueira que não permita meu aluno evoluir em sua
individualidade. A paixão aqui me torna um tanto nociva, uma vez que preciso
respeitar o espaço que meu aluno necessita para caminhar com suas próprias
pernas.
"O saber da experiência se
dá na relação entre o conhecimento e a vida humana. De fato, a experiência é
uma espécie de mediação entre ambos".
Até chegar ao PEAD, caminhei sozinha por 22 anos. Caí inúmeras vezes,
mas levantei e segui meu caminho. Errei muito, mas foi na intensão de acertar.
Também acertei bastante, afinal o SER PROFESSOR em mim, sempre falou mais alto.
Aprendi com a vida, com exemplos alheios, com meus erros, mas principalmente
com meus alunos. Quem trabalha com seres humanos é um privilegiado, pois, a
todo momento, é surpreendido por algo relevante ou banal, mas que de igual
forma ,deixa suas marcas, fazendo nascer assim, nossa bagagem profissional e
pessoal.
REFERÊNCIA:
Notas sobre a experiência e o saber de experiência
Larrosa Bondía, Jorge