terça-feira, 26 de junho de 2018





                                                AVALIAÇÃO


A avaliação é algo meramente singular. Deve ser mediadora, diagnóstica e diária,  pois assim contemplará o aluno como um todo.  É na rotina escolar que temos as melhores oportunidades para avaliar o processo de aprendizagem do aluno. Para Luckesi ( 2000), p.11

“A prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal, deve apontar para a busca do melhor de todos os educandos, por isso é diagnóstica, e não voltada para a seleção de uns poucos, como se comportam os exames. Por si, a avaliação, como dissemos, é inclusiva e, por isso mesmo, democrática e amorosa. Por ela, onde quer que se passe, não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim travessia permanente, em busca do melhor. Sempre!”

Erroneamente , muitos professores fazem da avaliação um momento ritualístico, descaracterizando assim o seu objetivo principal que é perceber toda capacidade que o aluno tem a oferecer. O aluno não é apenas um registro ou um conceito. Ele é um ser íntegro, capaz de inúmeras facetas que muitas vezes ficam enrustidas em uma folha de papel. Como sugere Luchesi (1995) “provas e exames servem apenas para verificar o grau ou nível de desempenho em apenas um aspecto do desenvolvimento do aluno”.

Na rotina da sala de aula, tudo é aprendizado e tal fato deve ser considerado pelo professor. O aluno para Lüdke (1994, p.3) “aprende a toda hora, na dúvida, na pergunta, no relacionamento entre os colegas, no conteúdo, no trabalho em turma”

Uma avaliação justa e coerente depende também de um professor competente ao avaliar, que utilize-se de diversos recursos, enfim, que oportunize ao aluno expressar-se das mais diversas maneiras. O professor precisa de boas estratégias que validem com confiança os objetos que deseja alcançar com seu aluno.

Avaliar não é algo fácil, requer um olhar diferenciado e atencioso do educador para com seu aluno. Segundo Werneck (1995, p,67) “ o processo não é fácil porque qualquer mudança exige trabalho, convicção, suporte econômico e muita vocação”.


                                       REFERÊNCIAS:
Cipriano Luckesi – o que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?  Revista Pátio, ano 3 nº 12, p. 11, 2000

Souza Ferreira Souza Ferreira - Retratos da Avaliação Conflitos, desvirtuamentos e caminhos para superação  


domingo, 10 de junho de 2018



                                   PEDAGOGIA DA AFETIVIDADE


Wallon está relacionado à pedagogia da afetividade. Para ele as emoções estão diretamente ligadas ao desenvolvimento humano “ pois a experiência indica que o afeto influencia as relações e os processos de aprendizagem, requerendo visões inclusivas e capazes de resgatar a dimensão de cuidado necessária ao processo educativo”. Suas teorias apontam várias contribuições para o olhar que devemos ter com o processo cognitivo da criança. Percebe a escola como um lugar fundamental para o desenvolvimento desses sujeitos bem como para a formação de sua personalidade.
Para ele o desenvolvimento biológico e psíquico estão interligados e ambos exercem influência na formação do indivíduo assim como o meio onde está inserido.
Wallon vê a afetividade como uma causa orgânica e está interligada às causas complexas do meio social “A noção de pessoa apresentada por Wallon aponta para uma síntese dos conjuntos funcionais (afetivo, motor e cognitivo) e para integração dinâmica entre o orgânico e o social. Sua posição teórica era contrária à compreensão do humano de forma fragmentada”.
É contra a natureza tratar a criança fragmentariamente. Em cada idade, ela constitui um conjunto indissociável e original. Na sucessão de suas idades, ela é um único e mesmo ser em curso de metamorfoses. Feita de contrastes e de conflitos, a sua unidade será por isso ainda mais susceptível de desenvolvimento e de novidade. (WALLON, 2007, p. 198).
Wallon vê a criança como uma pessoa que precisa ser compreendida como um ser em evolução no momento de vida em que se encontra. Para ele os conflitos aos quais a criança está submetida fazem parte de seu amadurecimento como ser humano, bem como ao adulto compete à ele evoluir com os percalços que surgem ao longo de sua vida.
Essa teoria defende quatro estágios;
Estágio impulsivo –emocional ( 0 – 1 ano) é um estágio predominantemente afetivo, onde a criança está imersa no mundo e não consegue se distinguir dele. Nesse estágio a criança não possui coordenação motora muito bem desenvolvida, os movimentos são bem desorientados. Entretanto, logo o ambiente facilita para que a mesma desenvolva suas habilidades funcionais, passando da desordem gestual às emoções diferenciadas.
Estágio sensório-motor e projetivo ( 3meses até e anos) é  uma fase onde a inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. A inteligência, nesse período, é tradicionalmente particionada entre inteligência prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Os pensamentos, nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores.
Estágio do Personalismo (3 a 6 anos) é marcado pela formação dos aspectos pessoais da criança, ou seja, da sua personalidade e da autoconsciência. Aqui a criança tende a apresentar a 'crise negativista': a criança acaba por se opor sistematicamente ao adulto.
Estágio Categorial: Aqui temos um período onde há exaltação da inteligência sobre as emoções. Segundo Wallon, a criança desenvolve suas capacidades de memória e atenção voluntária e "seletiva", neste estágio ela começa a abstrair conceitos concretos e começa o processo de categorização mental onde a criança tem um salto em seu desenvolvimento humano.
 Estágio da Adolescência: ( 11anos em diante) nessa fase , a criança começa passar pelas transformações  físicas e psicológicas. Aqui o adolescente passa a desenvolver sua afetivamente de forma mais ampla da qual a busca da autoafirmação e desenvolvimento sexual marcam esse estágio. Os conflitos internos e externos se fazem presentes nesse momento. Aqui cabe uma lembrança, Wallon nunca especificou um estágio final porque nunca acreditou no mesmo. Para ele, o processo de aprendizagem sempre implica na passagem por um novo estágio. Se aprendemos, então significa que nos adaptamos e esse processo dialético jamais se encerra.


                                                  REFERÊNCIAS:

Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação
Aurino Lima Ferreira1 Nadja Maria Acioly-Régnier2

domingo, 3 de junho de 2018



A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA




O texto da professora Eliane Schlemmer  é muito claro e descreve com muita propriedade a realidade de um professor da era analógica inserido num contexto digital. Me identifiquei com várias passagens, principalmente na que se refere à mudança de comportamento que adotamos quando estamos diante o desconhecido.
“Quando surge uma nova tecnologia, a sua apropriação e utilização estão subordinadas ao que o sujeito consegue perceber, estando, dessa forma, limitadas às suas estruturas cognitivas. Desse modo, pode ocorrer que o sujeito não perceba as potencialidades, por não serem suficientemente significativas para ele, a ponto de provocar desequilíbrios no seu sistema de significação. Outras vezes, isso é percebido pelo sujeito que tenta adaptar o novo ao que ele já conhece, consistindo na própria deformação do objeto, necessária para que o sujeito possa dar significado, e, portanto aprender, conhecer”.
Tenho poucas experiências positivas com o uso da tecnologia em minha escola. O estado não investe na qualificação do ensino. Faz muita falta esse suporte tecnológico ao nosso alcance. Caso isso fosse uma realidade, as aulas seriam dinâmicas, interativas e atraentes ao aluno. Para nós, o feedback do aluno seria positivo,  uma vez que este estaria muito mais interessado na abordagem apresentada pelo professor.
Ao interagir, visualizar e participar de uma aula com o uso das tecnologias o aluno passa a  fazer comparações, análises e questionar determinados comportamentos. É outra forma de conceber o que está sendo mostrado, é diferente do que apenas relatar ao aluno a imagem que o professor tem para si.  Interagindo com a tecnologia a criança consegue penetrar em  outra realidade e fazer suas próprias analogias a respeito do que vê.
Outro aspecto que considero muito relevante é a formação do professor para trabalhar com as tecnologias digitais. Precisamos estar preparados e saber o quê estamos fazendo, para quê  e para quem   estamos fazendo . Hoje estamos muito aquém deste novo aluno que se apresenta.  
"Partindo dessas questões, não é difícil perceber que a formação docente precisa ser repensada, e novas estratégias necessitam ser previstas, em função das novas formas de pensamento, de expressão e relação entre sujeitos e grupos que estão emergindo dentro de recentes paradigmas das ciências na cultura tecnológica."
Como educadora, atualmente estou participando de dois cursos ligados à tecnologia escolar. Espero com eles, rever minha prática e estar mais apta a trabalhar com metodologias digitais. Quero aprender a conhecer e explorar este universo que fascina o aluno e que facilita nosso trabalho, uma vez que é isso que a criança de agora deseja.
"Para aprender é preciso mexer, é preciso agir, pensar sobre, tentar fazer diferente, estabelecer relações, discutir com outras pessoas que utilizam essa tecnologia, é preciso tentar criar algo e buscar em diferentes tecnologias elementos que ajudem você a concretizar o seu objetivo. É preciso fazer curso?"
No meu caso, sim. O PEAD me apresentou à este novo mundo e graças à ele consigo fazer todas as atividades que minha profe propõe. Hoje, afirmo com muita convicção que Já estou ambientada à era digital. Talvez seja essa, a minha melhor experiência a ser compartilhada.


                                                                    REFERÊNCIA:        


                                   SCHELEMMER - O trabalho do professor e as novas tecologias