segunda-feira, 28 de maio de 2018


                                 EJA X CUNHO SOCIAL


A alfabetização de jovens e adultos está fortemente associada à um cunho social, uma vez que este  precisa linkar os conhecimentos acadêmicos à vida que construiu fora da escola;  uma vida de desigualdades carregadas por vergonha e exclusão do sistema de ensino.
Trazer o seu contexto social para dentro da sala de aula é uma oportunidade de redescobrir o lugar em que está inserido, dando voz àquilo que já lhe é pertinente como conhecimento.
O adulto assim como a criança apresenta a mesma evolução de hipóteses silábicas e alfabéticas. Porém, este , está carregado de simbolismos sociais pertinentes à sua realidade .

A alfabetização é um processo que leva ao domínio do código escrito; os estudos psicolinguísticos mostram que há etapas cognitivas que o sujeito do processo passa para construir o domínio do código escrito. O homem, sujeito de sua aprendizagem, constrói seus conhecimentos nos diferentes momentos da vida e nas diferentes situações que vivencia, a escrita é um desses conhecimentos.

Não é fácil inserir um cidadão à realidade social  e funcional de um sistema. Este adulto, é alguém que já carrega sua bagagem e que infelizmente por falta de oportunidades não consegue contemplar tudo que a educação pode transformar e fazer por sua realidade. Ele não possui o tempo de uma criança em ensino regular, que aprende a amadurecer seus conhecimentos juntos de pares que lhe complementam como ser em formação. Um aluno “que já vem pronto”, anseia ,na maioria das vezes, assinar seu nome ou um melhor emprego, onde possa ser remunerado de forma mais justa e digna.

Quando aceitamos que o homem seja sujeito na compreensão do mundo, aceitamos que também o seja na construção do seu conhecimento sobre a escrita, uma parcela do conhecimento social. Paulo Freire entende alfabetização como um ato de conhecimento, no qual "aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem".
                                      
                                                         REFERÊNCIAS:
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.

domingo, 27 de maio de 2018



                                                             ERRO AO AVALIAR


Planejar e avaliar são como uma via de mão dupla. Andam juntas,  dependem uma  da outra,  assim como também se complementam.
Porém, penso eu,  que para avaliar corretamente e ser justo com nosso objeto de avaliação, precisamos ter certeza, convicção e domínio sobre o que iremos analisar. 
Essa questão me surgiu pois fiquei muito em dúvida ao avaliar e analisar o texto da colega na interdisciplina do Seminário Integrador VII.
 Aquele assunto abordado no trabalho não é algo que domino. Não tenho certezas concretas a respeito do que procurar na síntese de minha colega.
Avaliei em cima do que eu fiz e considero por certo, porém como saber se eu estou correta, uma vez que não contemplo nem todas as minhas dúvidas?
Meu receio é de ser injusta com a avaliação que fiz em relação aos escritos delas.  
Acho muito difícil avaliar aquilo que não domino. Diferentemente de quando avalio meus alunos. No contexto de minha sala de aula sei exatamente o que esperar .e o que cada criança tem a oferecer. Sou justa ao extremo!Até porque ao planejar consigo estabelecer metas alcançáveis , objetivos específicos e por conhecer cada aluno, avaliar é algo  constante, rotineiro e tranquilo .
A prática e o conhecimento nos dá empoderamento ao avaliar um aluno. A prática ensina o nosso trabalho. Hoje sou ciente de que por muitas vezes avaliei erroneamente .  
Por vezes, considero que para um professor realizar com maestria sua profissão precisar errar e muito, mas principalmente, refletir sobre seu erro.


sábado, 19 de maio de 2018


                                                             PLANEJAMENTO



O ato de planejar parece simples, porém é algo que exige um minucioso critério a seguir. Necessita contemplar as necessidades do grupo e de cada indivíduo dentro do mesmo, respeitando suas particularidades e especificidades.

Muito já planejei pelo simples fato de ser uma obrigação de minha profissão . Me faltava experiência e o devido olhar ao aluno como ser singular que é. No entanto, essa era uma atitude inconsciente pois acredito que tu só aprende a planejar corretamente quando , já com certa experiência, sabe os caminhos que darão certo e o que funciona parcialmente. 

Com o tempo aprendemos a compreender o modo como a criança assimila e como se dá seu aprendizado. Isso facilita no processo de planejamento, pois nos permite criar estratégias com fins específicos que contemplarão a necessidade da criança.

Essa constatação é algo que exige do professor muita dedicação e profissionalismo, uma vez que estará ciente de que muitas vezes planejará algo que seja essencial para apenas um ou dois alunos. Dou à isso o nome de ética e respeito. Pois desta forma, o aluno estará sendo respeitado dentro de suas limitações e capacidades. 

quinta-feira, 10 de maio de 2018




                              PROFESSORES MEDIOCRES



O movimento da Escola Nova  se deu no século passado e muito do que foi proposto por seus integrantes ainda não é uma realidade em nossas escolas . Isso se faz notório devido à inúmeros educadores medíocres presentes nas instituições. Estes fazem de suas aulas verdadeiras fábricas de cópia e de repetição, esquecendo sua função social pertinente à formação do cidadão  e acima de tudo,  não racionalizando as implicações que estas acarretarão  à sociedade.
Caso as propostas pedagógicas lançadas neste movimento  fossem verdadeiramente internalizadas pelas instituições, hoje com certeza teríamos uma outra realidade escolar. Uma realidade voltada aos interesses e potencialidades dos alunos.
Temos um sistema corrompido, que permite pessoas incapacitadas estarem frente à  uma turma de crianças. Falta olhar este educador e lhe propor que busque alternativas que o faça refletir diante sua profissão e principalmente diante a responsabilidade que tem para com os outros.
Ser um educador não é para qualquer um. É para aqueles que buscam fazer o diferencial; é para aqueles que querem deixar suas marcas pedagógicas sabendo que só assim se dará, de fato, a   ESCOLA NOVA.



terça-feira, 1 de maio de 2018



                                     INOVAÇÕES NA ESCOLA


Inovar é preciso! Requer acima de tudo disponibilidade para sair da zona de conforto e encarar as novas perspectivas que agregam de forma positiva o contexto  que nos circunda!
Mudar não está no jovem professor ou naquele que,  já com mais idade , trás consigo toda uma bagagem de conhecimentos. A verdadeira mudança está naqueles que mostram-se  DISPOSTOS A MUDAR, aceitando todos os desafios e  percalços desta trajetória.
Esse movimento gera medos, incertezas, curiosidades, espantos, enfim ..., mexe com nossas estruturas emocionais.  E é por essa desacomodação, que muitos professores preferem ficar estagnados em seu modo de viver e lecionar.
Nós educadores,  não lidamos apenas com conceitos e conteúdos. Trabalhamos com valores que exercem papel fundamental nas estruturas histórico sociais, que fundamentam as ações humanas interligadas ao ambiente e  ao meio . É por esse motivo que muitos conflitos emergem nos ambientes escolares. Os professores são sozinhos, na maioria das vezes, para resolver questões que nem sempre condizem à sua profissão. Muito comum ainda, profissionais de outras áreas opinarem em um mundo tão complexo e singular quanto o da educação.
Toda mudança é bem vinda, porém modificar o modo como se olha o antigo e ultrapassado também é válido, afinal o professor é um profissional que sabe exatamente aquilo  que precisa ser reavaliado com o propósito de novos e satisfatórios resultados. Professor em sua essência é coletivo, é grupo é empático por natureza.
Professores inovadores trazem consigo além do amor e dedicação à profissão, uma vivacidade capaz de transformar, entusiasmar e motivar o seu aluno. Ensina  senso crítico e o valor de ideologias necessárias à manutenção da espécie humana. Professor que é professor tem compromisso social.
Em todo esse contexto, erramos na intenção de acertar. Muitas vezes, ensinamos do modo como aprendemos, corrigindo algo aqui ou ali, pois assim teremos a certeza de que estaremos perpetuando muito daquilo que nos formaram como cidadãos.