domingo, 29 de outubro de 2017


                                                         
                                                          CRIANÇAS MÁS


Sou professora há mais de 25 anos. Posso afirmar que já convivi e interagi  com todo  tipo de criança. Mas tem algo que me intriga muito e tem despertado meu interesse e curiosidade. É o fato de constatar que há maldade nas atitudes de muitos seres humanos em formação.
Sim, estou afirmando que existem crianças más. Elas estão escondidas atrás de sutilezas que usam para manipular os demais em favor de seus interesses pessoais. Geralmente são dissimuladas e mentirosas agindo assim, com colegas, professores e principalmente com seus pais.
É muito complicado para quem é educador fazer uma afirmação dessas e não ser acusado de estar rotulando a criança com tais características. Mas para quem convive diariamente com essa realidade é muito fácil perceber como sorrateiramente essas crianças distorcem toda uma realidade ou situação para conseguir seus objetivos. Acredito que por vezes, agem inconscientemente, porém sua natureza fria e cruel, está ali.
Trabalhar com tais indivíduos é complicado, uma vez que são incapazes de desenvolver a empatia necessária para criar vínculos afetuosos. Com eles tudo é superficial e momentâneo. São temperamentais e muitas vezes , líderes negativos que se utilizam de seu carisma para manipular o seu entorno.
Tais atitudes, se não evidenciadas e tratadas ainda na formação da criança, podem causar grandes danos. Estes podem afetar ao próprio indivíduo ou àqueles com quem convivem. 
A escola como instituição tem por dever alertar as famílias sobre tais comportamentos. Prevenir futuros transtornos e tragédias anunciadas, uma vez que na escola se consegue ver o perfil do aluno através de sua conduta e atitudes.

domingo, 22 de outubro de 2017


                                                                   
POPULAÇÃO FANTASMA



Nesta semana mais de 300 pessoas morreram na Somália. Pouco se falou; pouco repercutiu; pouca a sensibilização mundial e muito descaso ao próximo, que por um acaso aqui , se trata de maioria negra.
Preconceito velado? Não!
Preconceito escancarado! Pois falar de um povo africano, não dá mídia nem status mundial. Essa é uma estória única! Só deles.
Não é legal  usar tarja nas redes sociais por um povo esquecido lá na África. Isso é um problema deles.
Quem irá chorar por eles? Lamentar sua partida? Somente aqueles que sobreviveram para contar o que é ter na pele a marca do descaso social.
Este fato, apenas comprova que vivemos em uma sociedade corrompida pelo preconceito e pela negligência ao menos favorecido.
 Esse evento, joga na nossa cara que somos sim preconceituosos com tudo aquilo que não reflete nossa vontade e interesse.
O ser humano é preconceituoso em sua essência!!!

domingo, 15 de outubro de 2017


                                             Porto Alegre, 15 de outubro de 2017.

                                                      DIA DO PROFESSOR



Hoje é o dia do Professor!Muito me orgulho da profissão que escolhi. Na sala de aula , sou feliz, realizada e ciente do meu dever como cidadã. É na sala de aula, que realmente me mostro, explano minhas ideias e tento , ao máximo , ser o mais coerente possível entre minhas ações e palavras.
Nem sempre é fácil. Nos dias de hoje, onde a educação é sucateada, ter motivação para lecionar, sabendo que teu salário não chegará ao término do mês é algo estressante. Dá uma sensação de angústia saber que teus alunos dependem do teu emocional e tu, estar abalada com problemas pessoais, devido à desvalorização do magistério.
Se engana quem pensa que professor grevista não se preocupa com o aprendizado dos alunos. É fato que durante uma paralisação muito se perde com as crianças. No entanto, nós educadores, não temos respaldo de quem nos representa. Precisamos lutar por nossos direitos, enquanto na incoerência da coisa, sabemos ser fato, que nós professores é que ensinamos a cada um buscar por aquilo que almeja. Muitas vezes, o professor, como categoria,  é solitário em suas reivindicações, pois não somos escutados, por mais que gritemos que sem nós a sociedade pára, o mundo se perde e  cidadão não se forma.
Quisera eu, trabalhar 20 horas, ser bem remunerada e dar toda a qualidade de ensino que meu aluno merece.  Ao invés disso, me desdobro em duas escolas em uma jornada de 50 horas semanais, onde muitas vezes, o cansaço e sono me vencem. Não é fácil ter pique para acompanhar a gurizada. 
Mesmo assim, com todas essas desventuras, jamais trocaria minha profissão por nada. Simplesmente amo o que faço e me dedico cada vez mais a isso. O PEAD está aí me auxiliando a me tornar cada dia uma educadora melhor.
Sonho com o dia de ser mais valorizada, mas no fundo o que mais me gratifica é saber que amanhã pela manhã os rostinhos de minhas crianças estarão lá, esperando por mim, mesmo que para brigar com eles, por não terem feito o tema. 
Assim, há 25 anos levo meus dias, consciente de que fazer o que se gosta é mais essencial que tudo nesta vida. Fazer o que se ama, te dá coragem de levantar a cabeça e ter esperança de um futuro melhor.

domingo, 8 de outubro de 2017






                                             DIFERENÇAS

                                                  
 A diversidade é um fenômeno global, afinal somos todos singulares em nossa maneira de ser, se portar e principalmente no modo como nos apresentamos à sociedade. Aqui, me refiro à nossa aparência, intelecto e condição física.

Ninguém é igual. E é isso,  o que causa estranheza.   Nos incomodamos  com aquilo que é diferente de nós. Fazemos um pré conceito ,  antes mesmo de interagir com o outro. Nossos olhos e pensamentos são juízes implacáveis.

A poucas semanas dissertei aqui no blog sobre minha deficiência: sou obesa  PRECONCEITO/ Seminário Integrador IV / Questões étnicos-raciais

Particularmente não me sinto deficiente, porém, é assim que a sociedade me vê. Voltando ao quadro contido no texto lido, quero aqui fazer uma afirmação que comprova que perante os outros, também sou vista como portadora de necessidades especiais, afinal tenho uma deficiência, possuo incapacidades e estou em desvantagem:

DEFICIÊNCIA: toda alteração do corpo ou da aparência física /  sou obesa

INCAPACIDADE: restrição de atividades em decorrência de uma deficiência  que afetam o desempenho e atividade funcional / sendo gorda,  tenho pouca agilidade, pouca resistência e sou mais lenta que os demais ao caminhar

DESVANTAGEM: condição social de prejuízo / jamais terei condições de vencer uma maratona, por exemplo

Nossa sociedade é hipócrita, julga antes de conhecer a pessoa em sua totalidade. Todos temos nossas restrições; mas acima de tudo, temos valores e potenciais. Valores e potenciais estes, que são negligenciados quando deparamos com o que não é “normal” ao ser humano.

Linkando tudo isso à minha sala de aula, afirmo que tenho 20 alunos completamente diferentes uns dos outros. Entre eles, tenho 2 alunos que particularmente aprendem de forma e em tempo diferentes. Um deles, possui laudo o outro ainda não. No entanto, os demais 18, também aprendem de forma e tempo distintos. Cada um de meus alunos é singular e eu respeito isso, propiciando a interação entre eles,  ao máximo.

Vejo que na sociedade como um todo, ser um avestruz e fingir não ver ou compensar com um agrado aquilo que desagrada é mais fácil do que exercer a empatia. Se o mundo fosse empático, não teríamos em nosso vocabulário palavras como inclusão, deficiente, diferente e afins.

O mundo deveria ser preparado para todos, no entanto, isso é apenas uma utopia, pois o ser humano é preparado para encontrar defeitos em tudo que não é do seu agrado.

Vejo na escola, um lugar propício para enfrentarmos e combatermos esse dilema. Por mais professoras como dona Consuelo, que enxergou acima da deficiência de um aluno. Ali ela viu  a oportunidade de trabalhar outros talentos com aquela criança.

Na sala de aula, o aluno de inclusão não é só aquele que se utiliza da Libras, do Braile ou de uma cadeira de rodas. O aluno pobre que não tem caderno nem roupas quentes nos dia de frio, também possui suas necessidades especiais, o aluno negro ao qual um colega o chama de negrinho sujo,  também é visto em desvantagem,  a professora que ouve ser uma pena ser gorda tendo um rosto tão bonito se torna incapaz...

Viver  fora dos padrões estipulados, é como viver correndo sempre “atrás da máquina”; é ter suas potencialidades negadas a todo momento; é não ser visto na multidão; é ter todo potencial que possuímos, aniquilados pelo preconceito.