terça-feira, 22 de dezembro de 2015


                                   
                                                           FECHANDO CICLOS
                

Hoje foi dia de arrumar os armários, jogar coisas fora, enfim...hoje foi o última de aula de 2015. É muito triste ver a sala se desmontando aos poucos, os livros sendo guardados,,jogos sendo separados o alfabeto da parede sendo retirado. Conforme tu vais guardando, separando e organizando, um filme , automaticamente vai passando na tua cabeça.
Quantas coisas fizemos, quantos sorrisos, quantas conquistas, quantas emoções compartilhadas. Tudo vira um misto de sentimentos, pois junto com a tristeza da despedida, vem a alegria de dever cumprido. A certeza de que mais um ciclo se fechou, para esse grupo que até aqui caminhou juntinho.
Novas experiências aguardam à todos. No início sentiremos medo do novo, do desconhecido, mas rapidinho, perceberemos que viramos a página, que demos à nós e à vida, uma nova oportunidade de recomeçar, sabendo que esse recomeço também chegará ao fim, dando assim, sentido aos ciclos que a todo momento abrem e fecham em nossas vidas.
O tempo que ficamos na escola é um ciclo escrito por muitas mãos, que deixa em seu percurso, as marcas que ficarão eternizadas em cada um de seus protagonistas.





























terça-feira, 15 de dezembro de 2015

                                         
                                      A ESCOLA NO MOVIMENTO SEM TERRA


Vejo com olhos dúbios essa questão. Primeiro,  ter uma estrutura escolar é essencial.
Certa vez, ouvi dizer, não recordo onde, que o bom professor dá aula até embaixo de uma árvore. Tudo lindo, tudo maravilhoso, porém a questão aqui não é  o professor e sim os alunos.
Em nossas escolas convencionais, onde temos o mínimo de estrutura, percebemos nitidamente a precariedade do sistema. Imagina a funcionalidade de uma escola itinerante?
Pelo que entendi e pelo pouco que sei deste movimento, muitos ainda não estão assentados. Como ficam essas crianças em idade escolar, indo de um lado para outro, sem o seu chão próprio? Aqui refiro-me  ao seu lar e sua escola.


A escola precisa ser uma referência, como  a do exemplo citado no material para estudo.  A Escola Madre Cristina atende um grupo de  Sem Terras  já assentados. Ao  meu ver, por isso deu certo. Aquelas pessoas estão felizes por conseguirem o seu pedaço de chão, estão motivadas Estudar aqui, se mostra como uma oportunidade de melhorar de vida, ou seja,  ter mais qualidade de vida para si e seus filhos.
Mas voltando à minha ideia anterior, fico me indagando em relação às crianças que estão nos grupos sem assentamento. Essas crianças vão de um lado para outro, pois a cada invasão frustrada precisam por o   “pé na estrada”, ou seja, muitos dias sem escola, rotina, lazer, informação, interação entre seus pares, ludicidade, o brincar livre. Tudo isso é propiciado pelo ambiente escolar adequado. Pela vida livre que possuem, acredito que sejam crianças muito felizes, são soltas, porém é uma liberdade sem orientação. Para mim isso é errado.
Que futuro terão? Qual a perspectiva de sair desse contexto, estudar, concluir o Ensino Médio,  buscar uma formação acadêmica naquilo que querem?  Para mim, eles não podem sonhar em ser médicos, advogados, veterinários, etc...  pois a estrutura onde  estão inseridos não contempla tais oportunidades. Não estou falando que os professores são incapacitados. Acredito, inclusive que fazem de tudo, para no mínimo, alfabetizar seus alunos. Porém, é fato que ler, escrever e contar é muito pouco.


Essa realidade favorece apenas ao sistema, que encontra neste movimento, um futuro certeiro para mão de obra barata  e desqualificada. Não quero parecer cruel em minhas palavras e previsões,  posso inclusive estar errada, porém tais circunstâncias apontam apenas para o descrédito ao que tal movimento sinaliza.
Toda essa situação, para ser resolvida, depende unicamente de nosso governo. Este,  precisa priorizar os assentamentos, o chão que essa gente sonha. Mas o que deve ser considerado ao máximo é o direito que essas crianças tem à educação, uma educação digna e de qualidade.




domingo, 13 de dezembro de 2015

                           
                                   PRÁTICA E TEORIA DE MÃOS DADAS


Ser professora não é fácil. Ter a responsabilidade de orientar crianças para a vida não é algo que se faça de qualquer jeito. Digo orientar para a vida, porque na escola tu não trabalhas apenas com conteúdos a serem vencidos, lá se trabalha com gente que precisa aprender a conhecer o mundo e todas as armadilhas, surpresas e acasos que este apresenta.
Aprendemos sim, com uma boa leitura e reflexão,no entanto,  são com as interações que ali acontecem, entre todos os envolvidos,  que mais se aprende.
Ao professor iniciante é muio complicado, pois defendo a tese de que tu aprendes a ser um educador na prática, no dia a dia junto a teus alunos. A convivência entre esses dois atores são a melhor faculdade que pode existir.
Digo por experiência própria de quem aprendeu assim. Acredito que vocação , gostar de gente , se importar e se interessar pelo comportamento humano também são características  essenciais a quem quer trabalhar na educação.
Porém a teoria se torna fundamental a partir do momento em que tu, como professor, se depara com situações onde a escola, como instituição, pode intervir para o bem estar  e direitos do aluno. 
Aqui o professor é a ponte entre o problema, a solução  ou  uma  possível solução.
Neste aspecto saber argumentar, buscar por leis e órgãos competentes que nos amparam nas situações complexas da rotina escolar é o divisor de águas que mostra claramente a diferença que faz em tu teres apenas a prática e prática/teoria.
Um professor, ciente da sua função como um aliado ao bem estar social da criança e ativo nessas circunstâncias, é aquele que não ficou parado no tempo, que foi atrás de aprender e saber que como educador é fundamental ao desenvolvimento humano e que,  quanto mais souber, mais eficiente e eficaz será sua ação à formação de futuras gerações.









domingo, 6 de dezembro de 2015


PEAD, A VIDA COMEÇA AOS 40


Estudar na UFGRS é um sonho realizado. Desde adolescente queria isso para mim. A vida me levou para muitos lados e somente cheguei aqui aos 40 anos, quando dizem que a vida começa . 
Concordo plenamente! A vida começa aos 40!
 Fazem exatamente 1 ano que vivo este novo ciclo intensamente. Eu simplesmente não paro de ler, estudar, analisar, comparar, enfim...são trabalhos e mais trabalhos. As horas de sono, lazer, ócio, estão cada vez mais distantes da minha realidade. Às vezes, ainda escuto uma piada do meu filho:
-Ué, tu não querias estudar na UFRGS?
Ou então, uma ironia do meu marido:
-Mas tu não sai mais da frente deste computador?
Eles, e acredito que a maioria das pessoas que convivem com uma estudante especificadamente do PEAD, não compreendem essa loucura que são nossos estudos. Não vou à universidade todos os dias, mas ela vem até minha casa e preciso recebê-la de braços abertos. Quero fazer isso!
A fase PEAD é o divisor de águas em minha vida, em minha profissão. É cansativo? Sim, demais. Por vezes, dá vontade de jogar tudo pra cima? Sim, com certeza.
Porém tudo isso é muito bom, gosto e dá prazer  de estudar cada vez mais.
Através do PEAD, sou uma nova professora, minha auto estima está nas alturas, afinal, sou aluna da UFRGS e isso não é para qualquer um.
Trabalhar o dia inteiro, fazer PNAIC, casa, filho, marido e PEAD são hoje a minha rotina. Rotina essa, que não dou conta, mas que vou levando como dá. Muitas coisas  ficam por fazer, ou não saem ao meu contento. Por mais que eu faça, algo coisa sempre fica inacabado.
O fim de ano está chegando
. Na escola é a época das provas, avaliações, festa de natal. O curso de formação do PNAIC sendo concluído, workshop na faculdade...Meu Deus!!! Ah, e ainda tem a casa que fica sempre uma bagunça, a janta vira um lanche rápido. Marido e filho? Às vezes sobra um tempinho pra eles, porque nem pra mim eu tenho tempo.
Incomoda muito ouvir cobranças da tua família e tu ter a consciência de que não tem muito o que fazer. Isso é o que tenho para hoje!
Essa é a loucura da minha vida, loucura que quando se acalma, me dá uma saudade danada.
Amo os meus e  minha profissão, porém a menina dos olhos no momento é o PEAD, pois custei muito a chegar até aqui, só eu sei o que passei e a vergonha que sentia em não ter um curso superior.
Hoje quero   e preciso me dedicar à mim, fazer o  que gosto: ESTUDAR, LER, ANALISAR, COMPARAR...
Comparar a Ester antes e depois do PEAD... simplesmente não dá, não há comparação, pois agora sou feliz e completa.
Com certeza, outros sonhos e formações virão, mas agora sou 100% UFRGS, 100% PEAD.


BRINCAR POR BRINCAR

 

O brincar é o que a criança faz de mais espontâneo. Através da brincadeira, expressam sentimentos e comportamentos que revelam muito de sua personalidade e  realidade familiar.
Brincar caracteriza a infância e compõe o que de mais importante, este ser em formação, necessita para desenvolver-se integralmente
Junto à seus pares interagem, criam, imaginam,buscam o prazer sem que haja regras,  do certo e do errado. O brincar é livre, aceita tudo e mesmo assim contribui de forma muito significativa   ao processo educativo.
Todo professor quando brinca com seus alunos motiva-os de forma muito natural. Para criança ver um adulto brincando é interessante e mágico.  Pois essa atitude de forma inconsciente passa para a criança  que esta pessoa  está interessada em seu universo. Isso cria laços de afetividade que em uma sala de aula faz todo o diferencial entre as relações.
O educador atento  compreende que na forma como brinca a criança coloca para fora aquilo que aprende como verdade junto aos seus. Assim, aspectos positivos e negativos vem à tona, deixando o professor como mediador de possíveis conflitos que podem surgir entre seus alunos. Por isso, como profissional o professor sabe que até brincando  está agindo na educação de suas crianças.