domingo, 25 de outubro de 2015

ALMA INFANTIL



                                                            ALMA INFANTIL


" Só pode ser pedagogo aquele que se encontrar capacitado para penetrar na alma infantil".
Esta frase pertence a Sigmund Freud e em suas palavras percebe-se  que além de um grande médico havia por trás deste homem, um mestre, pois somente um mestre é capaz de compreender que a criança precisa ser respeitada em suas particularidades desde tenra idade e que fatos ocorridos nesta fase da vida irão repercutir de maneira positiva ou negativa quando estiver na idade adulta.
Muitas vezes, questionamos o comportamento das pessoas, achamos estranho o seu modo de ser, de viver, de agir e de encarar a vida. Porém, não sabemos pelo que passou, o que viveu, quais traumas precisou enfrentar e superar, e se superou. É muito mais fácil julgar do que compreender.
Ao educador cabe o olhar atento ao seu aluno. Principalmente àquele que tem um comportamento diferente, triste, ou até mesmo ao aluno que apenas está sendo criança e passando por suas fases naturais  de desenvolvimento. 
Neste ponto eu concordo plenamente com Freud, o professor que não quer viver o mundo infantil e conhecer como procede a compreensão de uma criança pelo mundo que a cerca, deve sem dúvida, procurar outra coisa para fazer, pois toda criança merece e precisa de adultos em que possa confiar.
Tolo é quem acha que por ser pequena e imatura, nas maioria das vezes, a criança não percebe a atenção e carinho dispensados à ela. Esses seres são esponjas e sugam tudo a sua volta, principalmente a amorosidade daqueles que por eles demonstram respeito e interesse.
Portanto, ser professor, educador, pedagogo vai além de simplesmente gostar de crianças.  É compreender que dentro dele ainda existe uma criança e que é esta criança, que faz a EMPATIA com sua profissão acontecer.

sábado, 24 de outubro de 2015

O MUNDO DO MISTÉRIO


O MUNDO DO MISTÉRIO


 Lendo sobre Emília Ferreiro encontrei a frase: "A leitura em voz alta suscita o mundo do mistério."
Concordo e compactuo com essa prática, pois tal hábito, faz parte da minha rotina de professora.
Ler para meus alunos é um prazer, pois vejo em seus olhos o encanto de quem está descobrindo um novo mundo. Nos livros a imaginação voa livre, tu podes ser aquilo que te permitires e desejares: fadas, bruxas, heróis, vampiros, monstros, reis...
Mas não é um ler, só por ler. Tem todo um contexto por trás desta leitura. Ela deve ser acompanhada por empostações de  vozes, interpretações solenes, gritos, choros, sussurros ou gargalhadas. O professor precisa, com este simples gesto, conduzir seu expectador à um lugar onde tudo pode acontecer, ou seja o mundo dos livros infantis.
Como professora, me sinto na obrigação de mostrar aos meus alunos que ler é tão emocionante quanto um jogo de play, e tão envolvente como um filme da Disney. 
Emília Ferreiro comentou em um  vídeo que, no México, as bibliotecas de sala de aula modificaram todo um modo de educar e ensinar. Quem dera no Brasil, nossas crianças pudessem ter as mesmas oportunidades!

Há dois anos atrás, através do PNAIC, nós professores fomos contemplados  com uma excelente formação, onde inclusive, eu me apropriei da LEITURA DELEITE e dela fiz um hábito quase que diário.
Nossas crianças ganharam do governo um acervo maravilhoso de livros infantis destinados às suas salas de aula. Porém, através de muitos relatos realizados nos encontros do PNAIC, é fato que nem todos  chegaram até os alunos. Muitos ficaram estragando nas caixas, em salas de direções de escola, ou então, nas bibliotecas, tendo seu acesso limitado.
Minhas duas turmas ganharam seus livros e todos os dias desfrutam do prazer de ler. Muitos livrinhos foram fazer visitas e não voltaram  mais para a escola, mesmo assim, penso que se a criança pede para levar um livro emprestado é porque ali existe um interesse que deve ser respeitado por mim. É claro que a responsabilidade com o material também faz parte do carinho que devemos ter à esse nosso aliado na educação.
Só teremos um país de leitores, quando não houver mais mistérios em permitir que a criança tenha o direito de ler. Eu faço a minha parte! E tu?

domingo, 18 de outubro de 2015

A PRÉ-ESCOLA EM QUESTÃO


A PRÉ -ESCOLA EM QUESTÃO

Minha base como professora foi a pré-escola. Em 17 anos, aprendi demais. As crianças pequenas foram verdadeiros mestres, ensinando-me que aquele aprender brincando faz toda a diferença quando eles chegam na dita idade escolar.  Essa ideia eu sempre trouxe comigo, pois muito acompanhei a caminhada de alunos e pais nestes longos anos de Educação Infantil.
As crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem, ali conosco, também apresentavam no Ensino Fundamental.
Eu tenho comigo que criança nasceu para aprender, para descobrir o novo e só não aprende quando tem  algum comprometimento neurológico muito, mas muito grave, portanto, quando percebia que algum aluno não estava aprendendo de acordo com o que eu achava apropriado para a idade, alertava a direção da escola. Mas como em escola infantil particular a criança, na maioria das vezes, INFELIZMENTE, é vista como um 'saquinho de dinheiro com pernas", a escola calava por medo de perder a matrícula. 
Isso aconteceu por inúmeras vezes. Por isso, que me decepcionei tanto com a Educação Infantil. Tu como professor, acabas tendo que ser conivente com muitas coisas erradas e além disso, não és reconhecido como professor e sim como "tia". Isso, sem falar no salário baixíssimo e na jornada de 12 horas por dia.
Mas o que eu quero salientar é que lendo os escritos da Interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização me identifiquei muito quando aborda-se a questão da importância da estimulação do início da alfabetização nesta etapa da infância. Voltei no tempo e lembrei de como ensinava meus alunos brincando e de como dava certo. Muitos alfabetizavam-se sem querer." Do nada", estavam lendo!" Do nada", não, das brincadeiras!
Eu sou magoada com a pré-escola e acredito de coração, que ela não tem o respeito que merece pelo essencial papel que desempenha na questão pedagógica dos nossos pequeninos.
Sabe por quê  magoada? Porque ali tu és tão professora quanto qualquer outra de qualquer etapa educacional, mas como lidas com xixi e cocô és inferiorizada. Magoada porque percebia crianças com dificuldades cognitivas, problemas emocionais e no entanto, não podiam receber apoio por correr o risco de ser uma matricula a menos ou de então eu perder meu emprego. Cheguei a ser ameaçada.
Acredito que a estrutura nas escolas infantis das prefeituras sejam diferentes, pois ali, as crianças não são vistas como um valor monetário. Então, vejo como melhor opção a escola infantil pública, já que a privada possui outros valores. 












































A NOVA PROFESSORA EM MIM



                              A NOVA PROFESSORA EM MIM


O  dia 15 de outubro de 2015 foi diferente para mim, pois, foi meu primeiro dia do professor como aluna do PEAD. Gostaria de ter escrito este texto naquele dia. Acredito que a emoção estaria mais a flor da pele, porém, imprevistos da vida, como a intemperes do tempo   fizeram com que somente agora pudesse relatar à vocês como é este novo ser que a cada dia renova-se dentro de mim.
É estranho, mas definitivamente não sou mais a mesma. Como posso, em tão pouco tempo, ter mudado  em  meu modo de ser e de ver muitas coisas, que já tinha como definitivas, dentro daquilo que acreditava ser minha verdade,  na profissão que escolhi.
Novos valores, novos conceitos me desorganizam e se reorganizam novamente. Modificaram meu olhar e toda uma estrutura que eu já tinha como pronta.
Agora já não me aflijo em muitas situações de sala de aula ,pois sei que serão passageiras. A teoria está me dando essa tranquilidade, principalmente no que diz respeito à alfabetização.
Sei que o tempo e a maturidade são aliados da criança. Mas quando tu tens respaldo teórico e segurança pois estudaste sobre isso, tua confiança ao relatar uma simples situação pedagógica do aluno, aos responsáveis, é algo transmitido em poucas palavras, sem delongas, pois tu sabes exatamente o queres dizer. 
Antes do PEAD, eu tinha noções e sabia o que queria. Mas hoje meu olhar é direcionado, é focado. Parece que encontrei atalhos que facilitaram meu caminho. Minha mente se abriu. Fico pensando que apenas estou no 2º semestre da faculdade e toda essa revolução aconteceu em mim. Imagina daqui a 3 anos quado estarei concluindo o curso? Como será? Só o tempo irá dizer. Mas com certeza, estarei mais aberta à tecnologia pois hoje, essa mudança, também  já é uma realidade em minha postura profissional, pois aos poucos, estou aceitando que não tenho como fugir do que é inerente à essa nova professora que surge. Uma professora que precisa trabalhar com as ferramentas digitais como recursos necessários na sua sala de aula. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015



 A NOVA CRIANÇA


A CRIANÇA DE HOJE BRINCA , PENSA E AGE DIFERENTE. SUAS ATITUDES CONDIZEM 

COM A ÉPOCA EM QUE NASCEU. UM TEMPO MUITO RÁPIDO, EM QUE NÃO SE TEM 

TEMPO PARA NADA, NEM PARA ELA.

AS MÃES DE HOJE NÃO CONSEGUEM SENTAR E BRINCAR COM SEUS FILHOS. 

ENSINAR UMA CANÇÃO, UMA CIRANDA, UMA BRINCADEIRA DE RUA. BRINCADEIRA 

DE RUA? O QUE É ISSO? ISSO NÃO PODE! É MUITO PERIGOSO.

HOJE O VIDEOGAME É A BABÁ PERFEITA. DISTRAI NOSSOS PEQUENOS  COMO 

NINGUÉM!

A SALA DE AULA É APENAS A CONSTATAÇÃO DE QUE A CRIANÇA DE HOJE NÃO 

SABE BRINCAR, NÃO SABE JOGAR.

DIA DESSES, ENSINEI A BRINCADEIRA AQUARELA AOS MEUS ALUNOS. FICARAM 

FASCINADOS! É OBVIO! SÃO CRIANÇAS, ENVOLVE O LÚDICO, A COMPETIÇÃO, É 

ENGRAÇADO, TEM MÚSICA. ATÉ ADULTO GOSTA!

É ISSO QUE FALTA À ESSA INFÂNCIA: PERMITIR-SE SER CRIANÇA.

A INSTANTANEIDADE DO LAZER, DA COMIDA, DOS MOMENTOS EM FAMÍLIA E O 

FORTE VÍNCULO QUE ESSA NOVA GERAÇÃO ESTÁ CRIANDO COM A  TECNOLOGIA 

FAZ 

DELES PESSOAS MAIS DISTANTES , SOLITÁRIAS E EGOCÊNTRICAS, 

QUE,AOS POUCOS, ESTÃO ALTERANDO O MODO 

DE SE COMUNICAR COM O MUNDO E PIOR COM O SEU PRÓXIMO, TENDO COMO 

DESCULPA  O FATO DE  QUE A

A INFORMAÇÃO RÁPIDA NOS DIAS ATUAIS, FAZ TODA A DIFERENÇA. ISSO É UMA 

VERDADE, PORÉM, NÃO É JUSTO SACRIFICAR A ETAPA MAIS IMPORTANTE DA VIDA 

DE UMA PESSOA EM NOME DO CONSUMISMO E DA MODERNIDADE, SENDO QUE, 

AGORA JÁ É TARDE DEMAIS, POIS  O PÓS MODERNISMO JÁ ESTÁ AÍ E O QUE 

TEMOS 

FAZER É JOGAR COM AS CARTAS QUE TEMOS.

terça-feira, 13 de outubro de 2015


                                                                           O CELULAR


ACHO MUITO LEGAL QUANDO MEUS ALUNOS FALAM:

-PROFE, MEU CELULAR É MELHOR QUE O TEU!

ELES FICAM ESPANTADOS DA PROFESSORA DELES 

USAR UM APARELHO ANTIGO, SEM WHATS APP, 

FACEBOOK, ANDRÓID.


EU PARTICULARMENTE, NÃO LIGO PARA ISSO. EMBORA RECONHEÇA A 

NECESSIDADE DESSAS FERRAMENTAS NA ATUALIDADE.

DIA DESSES INCLUSIVE, FUI SALVA PELO CELULAR DO MEU MARIDO, POIS 

PRECISAVA ASSISTIR UM VÍDEO E MEU COMPUTADOR, SEM ÁUDIO, NÃO ME 

PERMITIA, ENTÃO, O BENDITO APARELHO DA PÓS MODERNIDADE RESOLVEU MEU 

PROBLEMA.


NA VERDADE, O QUE ME IRRITA É AQUELE ASSOBIO INSUPORTÁVEL DO WHATS. E 

AQUELA TELA QUE SOME ENTRE TEUS DEDOS? É SIMPLESMENTE O INFERNO NA 

TERRA!!!! NÃO TENHO PACIÊNCIA!!!!


IGNORÂNCIA, RELUTÂNCIA, PRECONCEITO... NÃO SEI! O QUE SEI, É QUE QUANDO 

DEU O “BUM"  DO CELULAR,  FOI ASSIM. FUI A ÚLTIMA A ADQUIRIR UM APARELHO, E 

SÓ PORQUE GANHEI DE PRESENTE, NÃO PORQUE COMPREI.

DIZEM QUE OS AQUARIANOS VIVEM NO FUTURO. SOU A PROVA VIVA DE  QUE ISSO NÃO É VERDADE.

ENTENDO, ACEITO E COMPREENDO TUDO QUE A TECNOLOGIA NOS TRÁS DE BENEFÍCIOS E PRATICIDADE, 

MAS SEM DÚVIDAS E SEM MEDO DE ESTAR INDO CONTRA A MODERNIDADE, ESSA 

NÃO É A MINHA 

VERDADE.

VEJO TUDO ISSO COMO FRUTO DE UM CONSUMISMO EXAGERADO, QUE EM NOME  

DA RAPIDEZ DE 

INFORMAÇÃO, MUDOU O MODO DE VIVER DAS PESSOAS E PRINCIPALMENTE, DE 

NOSSOS ADOLESCENTES 

QUE FAZEM DESSES APARELHOS, MAIS DO QUE SEUS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, 

FAZEM DELES, UMA 

BENGALA PARA SUA AUTO AFIRMAÇÃO NA SOCIEDADE.

E SE EU QUISER ME ADAPTAR À ESTA TEREI QUE ADERIR AO NOVO MECANISMO 

TECNOLÓGICO CRIADO PELO SISTEMA.



















sábado, 3 de outubro de 2015

DESDE SEMPRE


                                                           
DESDE SEMPRE


Lendo o texto " Maquinaria" que por sinal é bem impactante, uma passagem me chamou atenção em relação à valorização do educador. Diz assim:
"O pagamento que o professor recebe por contribuir para produzir seres híbridos e suportar sua própria ambivalência posicional, não será de ordem material, sua retribuição econômica foi sempre baixa e mais ainda no século XIX mas, ao invés disso, de tipo simbólico: ele será comparado ao sacerdote ( que , como ele, recebeu de Deus a vocação para uma missão evangelizadora)".
Atual, não?
Hoje os professores recebem em suas classes crianças com as mais variadas formas de culturas, meios, valores e vivências. Interage com todos igualmente, propiciando  a interação e respeito entre eles. Isso não é fácil! Exige demais do professor, pois o desgaste emocional é inevitável.
Mas como todo bom docente que se preze, consegue " dar o seu jeito" e as coisas fluem sempre para a melhor maneira possível.
O que vejo de semelhança entre as duas realidades deste profissional, em diferentes épocas, é de que conforme o texto Maquinaria, sua função de contribuição para a sociedade nunca foi valorizada economicamente. 
Para ser professor é preciso amar o ofício escolhido, senão pode-se dizer que o profissional apenas "está" professor e não o é de fato.
Professor é gente e precisa viver. Para viver com o mínimo de conforto é necessário ter um ganho razoável e mesmo sendo o único profissional capaz de preparar todos os outros, vive muitas vezes à margem da miséria moral e econômica.
O que nos gratifica? Saber que tal vocação desde sempre preparou nossos semelhantes para a vida que acontece lá na fora e é essa sapiência, que nos diferencia, nos dando o entendimento de que orientar, preparar, ensinar, mostrar, educar, entre outros valores, não é para qualquer um, mas somente para quem é PROFESSOR POR AMOR E VOCAÇÃO!