terça-feira, 14 de julho de 2015

Escola é... "Paulo Freire"

Paulo Freire foi muito feliz ao escrever este poema.
Ele retrata a escola como um lugar humano que lida com gente e não com pessoas que passam rapidamente por ali para cumprir suas 40  horas semanais.
Para muitos, a escola é mais que um lugar onde se trabalha. É o seu segundo lar. Afinal, há professores  e profissionais que devotam suas vidas à essa instituição,  pelo amor à educação.
Este ambiente, como diz Paulo Freire, é muito mais que um prédio de tijolos. Ele abriga a história de quem está ali. Essas histórias se misturam e se entrelaçam entre si, fazendo um emaranhado de emoções onde aprendizado acontece através destas vivências e diversidades.
Todos aprendem juntos, ninguém sabe mais ou sabe menos. A escola tem que ser igualitária, justa e honesta com todos.
Quisera eu, ter a nítida visão deste autor sobre as "coisas escolares". A clareza de pensamento e a certeza de  que posso fazer a diferença dentro de um sistema falho e corrompido, pois essa é a visão real de muitas escolas atuais. Todos que lá estão são gente e devido à esse motivo se corrompem e se desvirtuam por caminhos alheios ao correto.
Dentro da escola existem falhas, erros, mentiras, enganos, inveja,sarcasmo enfim...
E como fazer para isso não atingir os alunos?
É quase impossível.Pois muito se fala do olhar atento do professor, mas se esquecem que o aluno também tem esse sentido. Eles percebem tudo, estão sempre ligados.
A escola precisa saber, que ali também é lugar de respeito, de ensinar valores, a começar por ela, de sua base.
Como ensinar um aluno sobre respeito, se na própria instituição ele não o vivencia? Ora, a criança não é aquilo que vê, aprende? Hoje, infelizmente o que  vemos nas escolas é o lema do seguinte ditado:"FAÇA O QUE EU DIGO E NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO".


AINDA NÃO SEI LER

                                                       AINDA NÃO SEI LER

Nesta semana atendi a família de um dos meus alunos. Ele está no 3º ano e ainda não se alfabetizou. Conforme é de praxe, estamos fazendo os encaminhamentos necessários, buscando alternativas e soluções para averiguar a apatia e desinteresse que demonstra diante o aprendizado. Até aí, tudo muito normal, isso é uma rotina na escola, principalmente para quem trabalha com séries iniciais, com eu.
Depois de muito conversar, e esta não foi a primeira conversa, o pai do menino, olha para mim e diz:
- Professora, a senhora pode deixar, que agora nas férias, eu vou alfabetizar meu filho! A senhora me dê 10 dias!
Essa criança está em processo de alfabetização há 3 anos, e ainda não lê, pensei na hora! E o pai irá solucionar o caso em 10 dias?
Eu não sabia se ria ou se chorava!
Meu orientador, uma pessoa muito calma, centrada, com todos os seu xácaras alinhados olhou pro pai e disse:
-Pelo seu relato e a fala da professora pude perceber que  menino gosta de jogos, então precisamos investir pesado nisto. Vamos fazer um " café colonial" de jogos para ele, com xadrez, dama, jogos que estimulem o raciocínio!
- Que jogos nada, professor! Diz o pai. Ele vai aprender como eu, na varada!
Eis a situação!!!
Fazer o quê, diante a "ignorância" de uma família que quer ajudar seu filho mas se vê travada diante o medo e a vergonha do fracasso escolar?
 Essas foram as palavras da mãe, relatando as atitudes que o pai toma para ensinar esse menino:
-"Ele faz o coitadinho encher a folha com a letra E e  agora está fazendo isso com a lera K. O guri está traumatizado"!
O casal ainda afirmou que a escola ensina de maneira errada e que " emburreceu" seu filho, pois ao chegar à nossa instituição, ele não era assim. Ainda se acusaram mutuamente, por atitudes em relação ao menino.
Meu Deus! Tudo isso recai na escola. Somos professores, psicólogos, mediadores de situações que recaem sobre nós mas que não nos competem , mas comprometem nossa função social. Tudo isso associado à um, possível, problema cognitivo ou emocional à ser investigado com profissional não disponíveis na rede pública.
A escola precisa se organizar, se reinventar de maneira que atenda e contemple essas crianças que aprendem de maneira diferenciada. Todos somos capazes, mas alcançamos nossos objetivos em tempos distintos, de maneiras desiguais e isto deve ser respeitado. E a maneira como a escola está organizada hoje, não abrange este seleto grupo de alunos que vê o mundo com outros olhos.
Acredito na teoria de Gardner e a teoria dos saberes . A escola seria mais justa se fosse por este segmento, afinal somos iguais apenas pelo fato de sermos humanos, mas como aprendemos, ou nos apropriamos do saber, diz respeito somente a cada um de nós.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

ORGULHO

                                                       

                                                              
                                       ORGULHO
Exatamente há uma semana atrás eu apresentei meu primeiro workshop. Um misto de medo, adrenalina, ansiedade, sei lá... tudo isso junto e  misturado. 
Fiz tudo certinho dentro do que me propus. Meu trabalho não foi formatado em PDF, mas o fiz dentro do prazo. E meu maior feito foi sem dúvida o power point! FIZ SOZINHA!!!!! Busquei imagens na internet, selecionei o que quis, me organizei. Meu Deus eu consegui.Que felicidade! Estou orgulhosa de mim, pois há seis meses eu mal sabia ligar um computador. É o ciclo da vida!
Que bom que estes ciclos alternam mudanças em nossas existências e fazem com que transformações, simples como esta, provoquem um impacto profundo no nosso dia a dia. Comigo está sendo assim. Que bom!
Que bom que consegui falar, atropelando as palavras,nervosa mas com firmeza nas minhas convicções, pois estou feliz e realizada, afinal, um sonho está se tornando realidade e dele não quero acordar, pelo menos tão cedo.
Quero como aluna aprender o que preciso e como professora levar aos meus alunos a pessoa nova e melhor  que estou me tornando.
Infelizmente para mim os 10 minutos foram poucos, mas acredito que o que falei foi o suficiente para demonstrar que cresci, aprendi e, que  a cada dia me renovo como educadora, me reciclando com meu novo olhar e novas perspectivas para aqueles que à mim chegarem. 
Impossível não sentir orgulho! Muitos podem achar que é querer se exibir, mas não é! Só quem esperou mais de 20 anos por isso, por esse momento, sabe o que estou sentindo neste instante ao escrever essas palavras. Precisei passar por muitas coisas ruins para chegar aqui, e só eu sei disso. E esse é o meu momento, agora é a minha vez!