segunda-feira, 5 de novembro de 2018

                                        

                                   REFLEXÃO DA 4º SEMANA DE ESTÁGIO
                             
                                      

Essa semana foi muito produtiva no sentido de aprofundamento das ideias abordadas no projeto diversidade. Realizamos conversas e reflexões maravilhosas que me mostraram o quanto esse novo olhar sob o trabalho pedagógico dá ao aluno uma outra perspectiva em relação ao mundo que o cerca.  Moantoan (2000, p. 31)  fala que:
Inovar não tem necessariamente o sentido do inusitado. As grandes inovações são, muitas vezes, a concretização do óbvio, do simples, do que é possível fazer, mas que precisa ser desvelado, para que possa ser compreendido por todos e aceito sem muitas resistências, senão aquelas que dão brilho e vigor ao debate das novidades.
Este trabalho para mim , não está sendo novidade, no sentido que sempre olhei para meus alunos de inclusão. Penso, acredito e afirmo que a inclusão começa pela boa vontade do professor em promover momentos que contemplem a igualdade em sala de aula. O que está sendo novo para mim e servindo como aprendizado é como estou interferindo no aprendizado dos demais, apresentando uma proposta que os levem a ter outros olhares sob o que estão aprendendo.
Nesta semana fui questionada por uma aluna sobre o porquê estarem aprendendo a respeito do  trabalho infantil. Parei para pensar o que responder, afinal, eu precisava que ela entendesse ,completamente, que no mundo há outras realidades, diferentes das que ela vive e que nestas realidades existem crianças que assim como ela tem  o mesmo direito de ser feliz, no entanto, não possuem as mesmas oportunidades. Para uma menina de oito anos, isso parece distante, mas ela compreendeu o que expliquei e ainda lamentou a situação. Sei que de momento, nada mudará, mas  ao menos, plantei uma sementinha que no futuro, possivelmente germinará em ações e atitudes por parte dela.
Já, em relação às atividades que planejei, precisei deixar algumas de lado, em função de outras, que tomaram um rumo diferente durante sua aplicação. A questão do trabalho infantil, repercutiu de forma positiva em meus alunos. Estes, mostraram empatia e revolta ao mesmo tempo em que foram constatando os motivos que levam crianças a viver em tais condições. A criticidade veio à tona e outras perspectivas de infância foram levantadas: crianças de abrigo e orfanatos. Inclusive, me pediram que eu os levasse em um orfanato.
Penso que como educadora, devo amadurecer essa ideia, principalmente por ter sido uma iniciativa deles. Acredito que no Natal, iremos fazer acontecer essa vontade.
No entanto, de tudo que fizemos nesta semana, o ponto alto foi o momento em que meu aluno afirmou com muita propriedade, segurança e entendimento de sua condição:
-Eu sou autista.
Tal afirmação veio no momento em que debatíamos o livro Meu amigo Down, na biblioteca. Constatei o quanto este projeto está sendo importante para sua auto estima. Nas atividades, ele tem se mostrado muito atuante, colaborativo e o melhor, sentindo-se integrado ao grupo. Na atividade do tangram por exemplo,  ele foi o primeiro a terminar e sem nenhuma dificuldade em montar o jogo. Foi nítido em seu semblante a satisfação que teve em auxiliar seus colegas que apresentaram mais dificuldade com a montagem das peças.  Este aluno tem uma história de vida  e de exclusão muito triste, inclusive no ambiente escolar. Mas hoje, vendo sua evolução, me orgulho de ter feito parte deste processo de autoconhecimento e aceitação. No entanto, o diferencial que este menino apresenta em relações aos outros nas condições de inclusão é que sua família é presente e atuante em sua rotina escolar .
A família, aqui fez o seu papel. Procurou o apoio de uma rede de profissionais para atuarem na evolução psicossocial do menino.   Sobre esse assunto, a autora MOANTOAN,  Maria Egler ( 2000, p. 30)  nos diz que :  
Os pais podem ser nossos grandes aliados na reconstrução da nova escola brasileira. Eles são uma força estimuladora e reivindicadora dessa tão almejada recriação da escola, exigindo o melhor para seus filhos, com ou sem deficiências, e não se contentando com projetos e programas que continuem batendo nas mesmas teclas e maquiando o que sempre existiu.
Uma família que entende sua criança, mas que principalmente o aceite é de extrema relevância para sua auto estima e evolução como cidadão e ser humano. A escola sozinha, consegue muito pouco, perto de quanto está aliada à uma junção de pessoas ,ideias e ações  envolvidas em auxiliar a quem quer que seja.
A inclusão acima de tudo, ao meu ver, se conecta à uma única palavra: EMPATIA.










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