SOMOS PEÇAS DE UM QUEBRA - CABEÇAS
Identifiquei-me com a
fala da Professora Mantoan quando diz
que não devemos adaptar o currículo para alunos de inclusão e sim, que é este
aluno que deve seguir a proposta de trabalho, realizando aquilo que pode dentro
de sua capacidade e respeitando suas limitações. Assim, estará aprendendo a
conquistar sua autonomia como indivíduo singular que é, da mesma forma que todos integrantes de uma turma; cada um é
único em seu modo de aprender, justificando-se que a boa escola é aquela que
ensina para todos, independentemente de sua condição.
Ao professor, cabe ter
noções práticas para não errar no atendimento ao aluno de inclusão; acredito também, que empatia e boa vontade estão
interligadas à esta circunstância.
Conforme a Médica e Professora Izabel Maior, as pessoas com deficiência
tem autonomia para gerir suas vidas e este ato, se inicia dentro da escola,
pois é um dos primeiros lugares onde a criança irá conviver com todo tipo de
diversidade.
Olhar a diferença com
mais naturalidade dá ao portador da deficiência mais cidadania, impedindo o
rótulo de ser um incapaz ou motivo para pena.
Tenho uma aluna
autista, a qual costumo sempre dizer que ela na verdade, é uma artista, tamanho
é o talento que tem para as artes. Sua
representação gráfica se dá a partir de seus desenhos. Logo que começamos a
trabalhar juntas, estes eram ligados
apenas aos interesses pessoais dela. No entanto, conforme nossa interação foi
aumentando, bem como nosso relacionamento se estreitando, ela passou a linkar
seus desenhos aos assuntos abordados em aula; neste momento fica muito claro a
fala de Montoan “ é este aluno que deve seguir a proposta de trabalho”, realizando
aquilo que pode dentro de sua capacidade e respeitando suas limitações.
Minha aluna não aceita
adaptações de tarefas. Ela faz somente o que quer, dentro de seus interesses.
Como ainda não está alfabetizada, eu busco soluções para esta questão. No entanto,
não é fácil, pois não compreendo até
onde conseguirei atingi-la, considerando suas limitações biológicas. Este fator
é motivo de angústia para sua família, que constantemente cobra da escola
resultados específicos de aprendizagem.
Percebo que a deficiência
física é um percalço inclusive para a família que não sabe como gerenciar tal
situação . Estas questionam as dificuldades e na maioria das vezes buscam por
um desempenho que não chegará. Ou apenas não chegará no tempo que elas
estipulam ser o certo.
Hoje, depois de muitos
anos lecionando e trabalhando com a inclusão, penso que como educadora devo
fazer o possível para valorizar a auto estima de meu aluno. Muitas vezes, é
preciso começar apenas com a socialização desta criança e até mesmo com a
integração dele ao grupo, que em alguns momentos, precisa ser conscientizado
das diferenças que temos como seres humanos. É muito comum ver em um grupo de
crianças o estigma em relação ao que é diferente. Na maioria das vezes, o meio
em que convivem fomentam a ideia de pena e de incapacidade do indivíduo com
deficiência. Percebo até mesmo que alguns rejeitam o colega deficiente, no
entanto, a maioria se sente bem auxiliando aquele colega. É à este tipo de
situação que o professor deve estar atento, pois quando for a vez de uma
situação inversa, salientar bem ao grupo em geral, que na vida precisamos uns
dos outros e que todos fazem parte de um grande quebra-cabeça, no qual todas as
peças são importantes e nenhuma pode faltar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário