DIFERENÇAS
A diversidade é um fenômeno global, afinal somos todos
singulares em nossa maneira de ser, se portar e principalmente no modo como nos
apresentamos à sociedade. Aqui, me refiro à nossa aparência, intelecto e
condição física.
Ninguém é igual. E é isso, o que causa estranheza. Nos
incomodamos com aquilo que é diferente
de nós. Fazemos um pré conceito
, antes mesmo de interagir com o outro.
Nossos olhos e pensamentos são juízes implacáveis.
A poucas semanas dissertei aqui no blog sobre minha
deficiência: sou obesa PRECONCEITO/ Seminário Integrador IV /
Questões étnicos-raciais
Particularmente
não me sinto deficiente, porém, é assim que a sociedade me vê. Voltando ao
quadro contido no texto lido, quero aqui fazer uma afirmação que comprova que
perante os outros, também sou vista como portadora de necessidades especiais,
afinal tenho uma deficiência, possuo incapacidades e estou em desvantagem:
DEFICIÊNCIA: toda alteração do corpo ou da aparência física
/ sou obesa
INCAPACIDADE: restrição de atividades em decorrência de uma
deficiência que afetam o desempenho e
atividade funcional / sendo gorda, tenho
pouca agilidade, pouca resistência e sou mais lenta que os demais ao caminhar
DESVANTAGEM: condição social de prejuízo / jamais terei
condições de vencer uma maratona, por exemplo
Nossa
sociedade é hipócrita, julga antes de conhecer a pessoa em sua totalidade.
Todos temos nossas restrições; mas acima de tudo, temos valores e potenciais.
Valores e potenciais estes, que são negligenciados quando deparamos com o que
não é “normal” ao ser humano.
Linkando
tudo isso à minha sala de aula, afirmo que tenho 20 alunos completamente
diferentes uns dos outros. Entre eles, tenho 2 alunos que particularmente
aprendem de forma e em tempo diferentes. Um deles, possui laudo o outro ainda
não. No entanto, os demais 18, também aprendem de forma e tempo distintos. Cada
um de meus alunos é singular e eu respeito isso, propiciando a interação entre
eles, ao máximo.
Vejo
que na sociedade como um todo, ser um avestruz e fingir não ver ou compensar
com um agrado aquilo que desagrada é mais fácil do que exercer a empatia. Se o
mundo fosse empático, não teríamos em nosso vocabulário palavras como inclusão,
deficiente, diferente e afins.
O
mundo deveria ser preparado para todos, no entanto, isso é apenas uma utopia,
pois o ser humano é preparado para encontrar defeitos em tudo que não é do seu
agrado.
Vejo
na escola, um lugar propício para enfrentarmos e combatermos esse dilema. Por
mais professoras como dona Consuelo, que enxergou acima da deficiência de um
aluno. Ali ela viu a oportunidade de
trabalhar outros talentos com aquela criança.
Na
sala de aula, o aluno de inclusão não é só aquele que se utiliza da Libras, do
Braile ou de uma cadeira de rodas. O aluno pobre que não tem caderno nem roupas
quentes nos dia de frio, também possui suas necessidades especiais, o aluno
negro ao qual um colega o chama de negrinho sujo, também é visto em desvantagem, a professora que ouve ser uma pena ser gorda
tendo um rosto tão bonito se torna incapaz...
Viver fora dos padrões estipulados, é como viver
correndo sempre “atrás da máquina”; é ter suas potencialidades negadas a todo
momento; é não ser visto na multidão; é ter todo potencial que possuímos,
aniquilados pelo preconceito.
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