domingo, 8 de outubro de 2017






                                             DIFERENÇAS

                                                  
 A diversidade é um fenômeno global, afinal somos todos singulares em nossa maneira de ser, se portar e principalmente no modo como nos apresentamos à sociedade. Aqui, me refiro à nossa aparência, intelecto e condição física.

Ninguém é igual. E é isso,  o que causa estranheza.   Nos incomodamos  com aquilo que é diferente de nós. Fazemos um pré conceito ,  antes mesmo de interagir com o outro. Nossos olhos e pensamentos são juízes implacáveis.

A poucas semanas dissertei aqui no blog sobre minha deficiência: sou obesa  PRECONCEITO/ Seminário Integrador IV / Questões étnicos-raciais

Particularmente não me sinto deficiente, porém, é assim que a sociedade me vê. Voltando ao quadro contido no texto lido, quero aqui fazer uma afirmação que comprova que perante os outros, também sou vista como portadora de necessidades especiais, afinal tenho uma deficiência, possuo incapacidades e estou em desvantagem:

DEFICIÊNCIA: toda alteração do corpo ou da aparência física /  sou obesa

INCAPACIDADE: restrição de atividades em decorrência de uma deficiência  que afetam o desempenho e atividade funcional / sendo gorda,  tenho pouca agilidade, pouca resistência e sou mais lenta que os demais ao caminhar

DESVANTAGEM: condição social de prejuízo / jamais terei condições de vencer uma maratona, por exemplo

Nossa sociedade é hipócrita, julga antes de conhecer a pessoa em sua totalidade. Todos temos nossas restrições; mas acima de tudo, temos valores e potenciais. Valores e potenciais estes, que são negligenciados quando deparamos com o que não é “normal” ao ser humano.

Linkando tudo isso à minha sala de aula, afirmo que tenho 20 alunos completamente diferentes uns dos outros. Entre eles, tenho 2 alunos que particularmente aprendem de forma e em tempo diferentes. Um deles, possui laudo o outro ainda não. No entanto, os demais 18, também aprendem de forma e tempo distintos. Cada um de meus alunos é singular e eu respeito isso, propiciando a interação entre eles,  ao máximo.

Vejo que na sociedade como um todo, ser um avestruz e fingir não ver ou compensar com um agrado aquilo que desagrada é mais fácil do que exercer a empatia. Se o mundo fosse empático, não teríamos em nosso vocabulário palavras como inclusão, deficiente, diferente e afins.

O mundo deveria ser preparado para todos, no entanto, isso é apenas uma utopia, pois o ser humano é preparado para encontrar defeitos em tudo que não é do seu agrado.

Vejo na escola, um lugar propício para enfrentarmos e combatermos esse dilema. Por mais professoras como dona Consuelo, que enxergou acima da deficiência de um aluno. Ali ela viu  a oportunidade de trabalhar outros talentos com aquela criança.

Na sala de aula, o aluno de inclusão não é só aquele que se utiliza da Libras, do Braile ou de uma cadeira de rodas. O aluno pobre que não tem caderno nem roupas quentes nos dia de frio, também possui suas necessidades especiais, o aluno negro ao qual um colega o chama de negrinho sujo,  também é visto em desvantagem,  a professora que ouve ser uma pena ser gorda tendo um rosto tão bonito se torna incapaz...

Viver  fora dos padrões estipulados, é como viver correndo sempre “atrás da máquina”; é ter suas potencialidades negadas a todo momento; é não ser visto na multidão; é ter todo potencial que possuímos, aniquilados pelo preconceito.


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