domingo, 15 de novembro de 2015




                                              A CRIANÇA NOSSA DE TODO DIA
                                            
Este semestre foi voltado à criança. E é sobre este "ser" que quero falar agora.
Todos os dias, na sala de aula,  elas nos chegam com suas expectativas e angústias. Suas cabecinhas são permeadas por fantasias que fogem ao nosso alcance.
Nós como professores, precisamos ser profissionais, mas também ter o olhar diferenciado para essa criaturinha que muitas vezes tem apenas nossas palavras como conforto para suas inquietações.
Sem saber, o aluno procura em seu professor o aconchego, a calmaria que nem sempre encontra em sua casa e ali, no ambiente escolar, acha o lugar certo para rever e avaliar muitas de suas situações, mesmo que inconscientemente.
A criança que nos chega também, é aquela que por circunstância de seu meio, vive precocemente a erotização infantil. Junto `a seus colegas expõe suas vivências causando muitas vezes, constrangimento àqueles que têm outra realidade. Ao professor cabe a remediação e a explanação dessas diferentes verdades.
Temos ainda, aquelas crianças que cresceram sob os holofotes da mãe, achando-se melhor que seu coleguinha, por talvez lá na primeira infância, ter tido a oportunidade, de ter sido escolhido para fazer um encarte, apenas por ser loira e ter olho claro. Em sua mais louca fantasia sonha com o glamour, mas junto aos seus pares, na sala de aula, é mais uma criança com suas peculiaridades.
Não podemos esquecer da criança gordinha que tem vergonha de fazer educação física, da criança negra que acha que sinônimo da palavra escravo é "ser negro",  crianças com necessidades especiais, da criança que vive em situação de miséria, da criança que foi abusada sexualmente  e psicologicamente, temos crianças e mais crianças...
Junte todas elas na sala de aula! Some à tudo isso dificuldades de aprendizagem, inclusões não respeitadas em suas necessidades, problemas emocionais e familiares. Pronto! Temos aí a receita que todos os dias o professor encara dentro da maior naturalidade, mesmo que, com muita dificuldade.
Quando tu escolhes ser professor, não repara a cor, o peso, a roupa e quem sé a família do teu aluno. Repara sim, que ali na tua frente, tem uma criança que precisa crescer e evoluir dentro da sociedade, dentro de suas limitações e respeitando o seu semelhante.  Na sala de aula, todas serão trabalhadas respeitando o coletivo e o individual para que mutuamente aprendam e se desenvolvam em suas potencialidades. 
Todas essas crianças tem o direito de aprender, independentemente de sua condição. 
 É dever do professor estar preparado para acolhê-las e respeitá-las dentro da realidade que conhecem, porém, sempre mostrando-lhes que no mundo a igualdade é um valor que deve ser resgatado, a começar por elas, nossas crianças.

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