quarta-feira, 12 de setembro de 2018


                     PRIMEIRA REFLEXÃO DO ESTÁGIO " EXPERIÊNCIA"



Esta primeira semana foi um misto de ansiedade, expectativa e muito otimismo em relação ao semestre do estágio.
Mesmo sendo bastante experiente, "eu acho", aqui sou aluna e isso, me me deixa insegura por algumas vezes.
Muito corriqueiramente me pego pensando se estou usando estratégias corretas ao abordar, questionar e avaliar meus alunos. Fico imaginando outras formas que poderiam ser utilizadas por mim. Isso tudo está me desacomodando e me levando a refletir sobre minha prática.
Quero ser o mais justa e coerente possível. Quero fazer meu trabalho de modo que modifique a realidade atual em que se encontra a educação. No entanto, atitudes grandiosas como esta, se iniciam no chão da escola, da minha porta para dentro, onde tento ao máximo ser profissional e o melhor ser humano possível para aquelas crianças.
Pensar a prática nos faz olhar com olhos criteriosos para aquilo que pensamos ser o certo. No entanto, por vezes, a incerteza nos leva a considerar outras possibilidades. Possibilidades essas que podem fazer a grande diferença , desde a sala de aula até a educação como um todo.
Sou exigente comigo mesmo. Nem sempre sou flexível e aberta ao novo. Porém , agora em estágio, quero absorver, ao máximo ,tudo aquilo que puder desacomodar, revirar minha zona de conforto e me levar de encontro à uma nova professora, professora essa,  que está renascendo  e se reinventando desde o início do PEAD.
Os parágrafos acima foram escritos antes de ler o texto de Larrosa, e fazendo tal leitura, pude refletir sobre o que havia explanado aqui. 
Ser experiente é algo que para mim é motivo de orgulho, pois me permite já conhecer o percurso pelo qual ando. Dessa forma, já consigo evitar erros medonhos que cometi no passado. Ao mesmo tempo, me coloca em uma zona de conforto onde o desafio se torna cada vez mais um (desafio maior), pelo medo de enfrentá-lo. Abaixo seguem algumas  passagens  às quais me chamaram  atenção  e que gostaria de comentá-las.
" Somente  o sujeito da experiência está, portanto, aberto à sua própria transformação". 
Eu, como sujeito em transformação acredito que somente alguém que já passou por tantos desafios positivos e negativos é capaz de perceber e compreender a necessidade de estar aberto à tudo aquilo que o saber nos propicia. Aprendemos com nossos erros e acertos, mas aprendemos mais, a partir das reflexões destes acontecimentos em nossas vidas. E destes, tiramos proveito à nosso favor, contribuindo assim à nossa evolução profissional, intelectual e principalmente pessoal. 
" Experiência é  uma  paixão"...."Paixão pode referir-se também a certa heteronomia, ou certa responsabilidade em relação com o outro que, no entanto, não é incompatível com a liberdade ou autonomia"
Sou uma eterna apaixonada pelo que faço, me realizo com meus alunos, aprendo , cresço e me identifico com eles. A partir do momento que eu aluna, me encontro em situações conflituosas, emerge em mim uma empatia que ao meu ver, muda o olhar ao meu aluno, pois somente assim, se torna perceptível o quão necessária sou para eles neste momento. Porém , aqui também me vejo muito possessiva em relação à este contexto. A paixão é algo que te cega, e eu como educadora, não posso me permitir uma cegueira que não permita meu aluno evoluir em sua individualidade. A paixão aqui me torna um tanto nociva, uma vez que preciso respeitar o espaço que meu aluno necessita para caminhar com suas próprias pernas. 
"O saber da experiência se dá na relação entre o conhecimento e a vida humana. De fato, a experiência é uma espécie de mediação entre ambos".
Até chegar ao PEAD, caminhei sozinha por 22 anos. Caí inúmeras vezes, mas levantei e segui meu caminho. Errei muito, mas foi na intensão de acertar. Também acertei bastante, afinal o SER PROFESSOR em mim, sempre falou mais alto. Aprendi com a vida, com exemplos alheios, com meus erros, mas principalmente com meus alunos. Quem trabalha com seres humanos é um privilegiado, pois, a todo momento, é surpreendido por algo relevante ou banal, mas que de igual forma ,deixa suas marcas, fazendo nascer assim, nossa bagagem profissional e pessoal. 

REFERÊNCIA:
Notas sobre a experiência e o saber de experiência
Larrosa Bondía, Jorge


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