sábado, 2 de dezembro de 2017





                                          CENSO 

Leciono na E.E.E.F. Souza Lobo com uma turma de  3º ano, composta por 19 alunos, sendo 9 meninas e 10 meninos. Dentre estes, tenho dois alunos com necessidades especiais. Todos são de Porto Alegre e região metropolitana, exceto duas crianças vieram de outras cidades
Fazer o censo de minha turma foi como vê-los no espelho, pois analisei dados que se mostram  em minha rotina, mas que até o momento eu não havia refletido em como tais estatísticas, revelam o perfil dessas crianças.
Por exemplo: minha turma tem por característica ser muito infreqüente às aulas. Por consequência,  os alunos com menor índice de aprendizado são aqueles que possuem menos de 80% de assiduidade. Outro dado que me deixou chocada foi o fato de meus alunos negros/pardos serem os mais carentes em aspectos econômicos e emocionais, acompanhados  do baixo rendimento escolar.  Constato aqui que vivemos em um país onde os negros vivem  à margem de seus direitos como cidadãos, pois se de fato esses direitos lhes fossem garantidos,  estes números não seriam dados do meu levantamento.
Os alunos com necessidades especiais, configuram os mais velhos do grupo. Ambos estão repetindo o 3ºano , fazem acompanhamento com  profissionais  especializados e frequentam e a sala de recursos. O que mais me chama a atenção é que eles não possuem o devido “olhar” familiar de que necessitam; não me refiro à negligência, mas sim uma desestruturação que não permite à tais contextos privilegiar à essas crianças a estrutura de que precisam para se desenvolver integralmente.
 Em uma perspectiva mais ampla, considero muito válido a realização deste censo,pois sua finalidade permite conhecer a clientela escolar assim  como suas necessidades. Dentro desta homogeneidade se destacam heterogenias singulares que diversificam a interação entre as crianças, propiciando assim a troca de culturas e valores essenciais à formação de cada um.

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