CENSO
Leciono na E.E.E.F. Souza Lobo com uma turma de 3º ano, composta por 19 alunos, sendo 9
meninas e 10 meninos. Dentre estes, tenho dois alunos com necessidades
especiais. Todos são de Porto Alegre e região metropolitana, exceto duas
crianças vieram de outras cidades
Fazer o censo de minha turma foi como vê-los no
espelho, pois analisei dados que se mostram em minha rotina, mas que até o momento eu não
havia refletido em como tais estatísticas, revelam o perfil dessas crianças.
Por exemplo: minha turma tem por característica ser
muito infreqüente às aulas. Por consequência, os alunos com menor índice de aprendizado são
aqueles que possuem menos de 80% de assiduidade. Outro dado que me deixou
chocada foi o fato de meus alunos negros/pardos serem os mais carentes em
aspectos econômicos e emocionais, acompanhados do baixo rendimento escolar. Constato aqui que vivemos em um país onde os
negros vivem à margem de seus direitos
como cidadãos, pois se de fato esses direitos lhes fossem garantidos, estes números não seriam dados do meu
levantamento.
Os alunos com necessidades especiais, configuram os
mais velhos do grupo. Ambos estão repetindo o 3ºano , fazem acompanhamento com profissionais especializados e frequentam e a sala de recursos.
O que mais me chama a atenção é que eles não possuem o devido “olhar” familiar
de que necessitam; não me refiro à negligência, mas sim uma desestruturação que
não permite à tais contextos privilegiar à essas crianças a estrutura de que
precisam para se desenvolver integralmente.
Em uma
perspectiva mais ampla, considero muito válido a realização deste censo,pois
sua finalidade permite conhecer a clientela escolar assim como suas necessidades. Dentro desta
homogeneidade se destacam heterogenias singulares que diversificam a interação
entre as crianças, propiciando assim a troca de culturas e valores essenciais à
formação de cada um.
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