A PRÉ -ESCOLA EM QUESTÃO
Minha base como professora foi a pré-escola. Em 17 anos, aprendi demais. As crianças pequenas foram verdadeiros mestres, ensinando-me que aquele aprender brincando faz toda a diferença quando eles chegam na dita idade escolar. Essa ideia eu sempre trouxe comigo, pois muito acompanhei a caminhada de alunos e pais nestes longos anos de Educação Infantil.
As crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem, ali conosco, também apresentavam no Ensino Fundamental.
Eu tenho comigo que criança nasceu para aprender, para descobrir o novo e só não aprende quando tem algum comprometimento neurológico muito, mas muito grave, portanto, quando percebia que algum aluno não estava aprendendo de acordo com o que eu achava apropriado para a idade, alertava a direção da escola. Mas como em escola infantil particular a criança, na maioria das vezes, INFELIZMENTE, é vista como um 'saquinho de dinheiro com pernas", a escola calava por medo de perder a matrícula.
Isso aconteceu por inúmeras vezes. Por isso, que me decepcionei tanto com a Educação Infantil. Tu como professor, acabas tendo que ser conivente com muitas coisas erradas e além disso, não és reconhecido como professor e sim como "tia". Isso, sem falar no salário baixíssimo e na jornada de 12 horas por dia.
Mas o que eu quero salientar é que lendo os escritos da Interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização me identifiquei muito quando aborda-se a questão da importância da estimulação do início da alfabetização nesta etapa da infância. Voltei no tempo e lembrei de como ensinava meus alunos brincando e de como dava certo. Muitos alfabetizavam-se sem querer." Do nada", estavam lendo!" Do nada", não, das brincadeiras!
Eu sou magoada com a pré-escola e acredito de coração, que ela não tem o respeito que merece pelo essencial papel que desempenha na questão pedagógica dos nossos pequeninos.
Sabe por quê magoada? Porque ali tu és tão professora quanto qualquer outra de qualquer etapa educacional, mas como lidas com xixi e cocô és inferiorizada. Magoada porque percebia crianças com dificuldades cognitivas, problemas emocionais e no entanto, não podiam receber apoio por correr o risco de ser uma matricula a menos ou de então eu perder meu emprego. Cheguei a ser ameaçada.
Acredito que a estrutura nas escolas infantis das prefeituras sejam diferentes, pois ali, as crianças não são vistas como um valor monetário. Então, vejo como melhor opção a escola infantil pública, já que a privada possui outros valores.
2 comentários:
Oi Ester,
Tenho muito pouca experiencia na educação infantil privada ou pública, mas tenho o mesmo sentimento que você com relação ao teu relato.
bjo
Rocheli
Pois é Rocheli,é algo bem complicado.
Postar um comentário